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    Pedro Côrtes
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    Pedro Côrtes

    Professor titular da Universidade de São Paulo (USP) e um dos mais renomados especialistas em Clima e Meio Ambiente do país.

    Com Plataforma de Investimento Verde, governo busca atrair fundos internacionais para iniciativas ambientais

    Brasil tem se notabilizado pelo crescimento do uso de fontes renováveis de energia; Haddad lançará plataforma nesta quarta-feira

    Nesta quarta-feira (23), durante a 4ª Reunião de Ministros das Finanças e Presidentes de Bancos Centrais do G20, em Washington, o ministro Fernando Haddad lançará a Plataforma de Investimento Verde para agilizar a captação de fundos internacionais para programas ambientais.

    O Brasil tem se notabilizado pelo crescimento do uso de fontes renováveis de energia, tanto para a geração de eletricidade quanto para a movimentação da frota de veículos. Recentemente, foi sancionada a Lei do Combustível do Futuro que amplia significativamente o uso de biocombustíveis.

    Essa lei inclui metas para a produção de querosene de aviação a partir de fontes renováveis, com objetivos crescentes até 2037. Também amplia a adição de etanol à gasolina (que poderá chegar a 35%) e o acréscimo de 20% (até 2030) de biodiesel ao diesel refinado de petróleo.

    A lei também estabelece um marco regulatório para a captura e estocagem de carbono. A meta é evitar a emissão de 705 milhões de toneladas de CO₂ até 2037.

    São metas ambiciosas, que demandam recursos para sua concretização. Algumas dessas iniciativas já estão consagradas, como é o caso do etanol.

    O Brasil domina o ciclo completo de produção, distribuição, comercialização e consumo desse combustível, e possui uma ampla frota de veículos capazes de usar apenas etanol ou qualquer porcentagem de mistura à gasolina.

    A produção de biodiesel vem crescendo e poderá atender aos níveis de utilização previstos na Lei do Combustível do Futuro. No entanto, embora o país detenha tecnologia para a produção de querosene de aviação, é um segmento que demanda investimentos para ganhar escala econômica.

    Outra ação prevista na Lei do Combustível do Futuro é a produção de biometano a partir de resíduos orgânicos. O objetivo é misturar o biometano ao gás natural de maneira similar ao que acontece com o etanol na gasolina.

    A ideia é descarbonizar parcialmente os combustíveis fósseis. O CO₂ emitido com a queima de biocombustíveis não se acumula na atmosfera, pois ele é reabsorvido – pelo processo de fotossíntese – pelo plantio da próxima safra.

    A estocagem geológica de carbono poderá ser feita com a captura desse gás – seja em plantas industriais ou diretamente na atmosfera – e seu armazenamento em campos petrolíferos desativados. Essa é uma das possibilidades e demanda muitos investimentos. A Noruega, por exemplo, tem desenvolvido essa tecnologia no Mar do Norte.

    Um passo importante na transição energética já foi dado com a Lei do Combustível do Futuro. Agora, a Plataforma de Investimento Verde busca facilitar a obtenção dos recursos necessários.

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