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    Maurício Noriega
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    Maurício Noriega

    Mauricio Noriega é um dos jornalistas esportivos mais reconhecidos do país. Ganhou o prêmio ACEESP de melhor comentarista esportivo de TV seis vezes.

    CNN Esportes

    Seca e poluição: médico alerta atletas a evitar atividades físicas durante o dia

    Professor Paulo Saldiva afirma que até disputas esportivas profissionais deveriam ser adiadas para o início da noite, quando clima está mais úmido

    A emergência climática provocada pela seca e as queimadas no Brasil é uma ameaça à saúde de atletas amadores e profissionais.

    Para o professor titular de Patologia da Universidade de São Paulo (USP), Paulo Saldiva, na situação atmosférica em que se encontra boa parte do Brasil atualmente, a prática de atividades físicas em espaço aberto não é recomendada. “Principalmente para atletas amadores. Atletas profissionais têm suporte de serviços de saúde, é diferente. Principalmente no período em que a umidade do ar está menor, entre 10 horas da manhã e cinco da tarde, a atividade ao ar livre é totalmente desaconselhável”, afirma Saldiva.

    Além de estudioso do tema da saúde nos grandes centros urbanos, o professor Saldiva, aos 70 anos, tem experiência com atleta de ciclismo e rúgbi. Ele adotou a bicicleta como meio de locomoção em São Paulo.

    O médico acrescenta que atividades físicas em locais fechados e com sistemas de ar-condicionado podem ser mantidas, com alguns cuidados. “Natação e atividades que não sejam aeróbicas extremas e exijam muita ventilação, como musculação, não vejo problemas”, pondera.

    Saldiva cita algumas atividades que devem ser evitadas no estado atual do clima: futebol, ciclismo e corrida. Ele cita o próprio caso como exemplo: “Fazia muito tempo que eu não ficava sem andar de bicicleta, e eu pedalava até na chuva. Estou pedalando com máscara, mas depois das sete e meia da noite, quando a umidade está maior. Mesmo assim, estou com conjuntivite e minha asma piorou muito”.

    Uma das medidas que devem ser adotadas por atletas profissionais e amadores neste período de poluição extrema é a hidratação frequente. “A pessoa se desidrata numa velocidade muito grande em condições de umidade muito baixa. Nessas condições, além da transpiração, você perde muita água no processo de respiração, o que exige um consumo de oxigênio muito alto do coração. Isso pode favorecer a formação de trombos, que podem levar a infarto e AVC”.

    Por fim, o professor Saldiva alerta que até mesmo jogos de futebol profissional devem ter seus horários alterados por causa das condições climáticas. Ele sugere que partidas marcadas para horários como de 16 horas devam ser adiadas para pelos menos 19h30. “Seria melhor para todos, atletas e público. Utilizaria a força do esporte para disseminar boas práticas e hábitos para a população. Um gesto simbólico de consciência ambiental”.

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