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    Maurício Noriega
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    Maurício Noriega

    Mauricio Noriega é um dos jornalistas esportivos mais reconhecidos do país. Ganhou o prêmio ACEESP de melhor comentarista esportivo de TV seis vezes.

    CNN Esportes

    Entenda a polêmica dos acréscimos de tempo no futebol da Olimpíada

    Acréscimos dados na partida entre Argentina e Marrocos chamaram a atenção

    Oito, 10, 15 minutos a mais de tempo de jogo! Essa prática adotada pela arbitragem do futebol no torneio olímpico em Paris 2024 tem chamado a atenção dos torcedores. No Brasil, o assunto viralizou, principalmente por causa da polêmica na vitória do Marrocos sobre a Argentina, que teve 15 minutos de acréscimos.

    Como observou a Carol Nogueira, apresentadora do CNN Novo Dia, é um tempo de prorrogação a mais no jogo (no futebol o período extra para desempate é composto de 30 minutos em dois tempos de 15)!

    Afinal, o que está acontecendo?

    Primeiro, não é novidade. Essa prática vem sendo adotada pela FIFA desde a Copa do Mundo do Catar, em 2022. Mas a Olimpíada não é do Comitê Olímpico Internacional? O que a FIFA tem a ver com isso?

    Embora a Olimpíada não seja organizada pela FIFA, é a entidade máxima do futebol que coordena a realização dos torneios olímpicos, inclusive escalando os árbitros para as partidas.

    Preocupada com o ritmo das partidas e o tempo de bola em jogo, a FIFA recomenda que o ideal de bola rolando seja 60 minutos. O tempo total de um jogo oficial de futebol é de 90 minutos, mais acréscimos. Como é cronometrado de forma corrida, sem interrupções quando acontece uma falta, substituição ou atendimento médico, ao se completar o tempo regulamentar, a equipe de arbitragem informa através de uma placa qual será o tempo acrescido.

    O que está acontecendo na Olimpíada de Paris é a continuação dessa experiência da FIFA para combater o antijogo, popularmente chamado de cera ou catimba. Aquela enrolada básica dos jogadores.

    Como é feita essa experiência?

    A equipe de arbitragem cronometra o jogo normalmente, através dos relógios do árbitro principal, de seus auxiliares de campo e dos árbitros de vídeo, o VAR. Simultaneamente, está sendo feita uma cronometragem paralela, com a interrupção da marcação sempre que a bola não estiver em jogo. A cada substituição se recomenda acrescentar 30 segundos de jogo, por exemplo. Caso as duas equipes façam as cinco alterações, a orientação é dar cinco minutos de jogo a mais.

    Na Olimpíada, a equipe de arbitragem confere a marcação do cronômetro extra, que é interrompida sempre que o jogo para, e depois compara com o cronômetro normal, corrido. A diferença de tempo entre eles vai determinar quantos minutos de acréscimo terá a partida.

    Por exemplo: o cronômetro do árbitro marca 90 minutos de tempo corrido. A equipe de arbitragem que faz a marcação parando o cronômetro a cada interrupção de jogo, informa que o tempo de bola efetivamente em jogo está em 78. Faltariam 12 minutos bater os 90. Esses 12 minutos são somados aos acréscimos indicados pelo árbitro de campo.

    Todas as comissões técnicas das seleções participantes dos torneios olímpicos masculino e feminino de futebol foram informadas desse procedimento antes de a bola rolar.

    Na Copa de 2022, o árbitro brasileiro Raphael Claus estabeleceu o recorde de tempo de acréscimo de uma partida de Mundial, somando 14 minutos ao final do primeiro tempo e 13 minutos e oito segundos após a segunda etapa do jogo entre Inglaterra e Irã.

    O ex-árbitro italiano Pierluigi Colina é o atual presidente da arbitragem da FIFA. Ele explicou em 2022 a situação dos acréscimos ao tempo de jogo. Colina, que é lembrado pelos brasileiros por ter apitado a final da Copa de 2002, argumentou que muitos jogos tinham menos de 50 minutos de bola rolando, e que isso não era bom para o futebol.

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