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    Maurício Noriega
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    Maurício Noriega

    Mauricio Noriega é um dos jornalistas esportivos mais reconhecidos do país. Ganhou o prêmio ACEESP de melhor comentarista esportivo de TV seis vezes.

    CNN Esportes

    Procura-se a Seleção Brasileira

    Derrota para o Paraguai mostrou time e treinador perdidos

    Você viu a Seleção por aí? Quem viu, não gostou.

    A derrota do Brasil para o Paraguai pelas Eliminatórias da América do Sul para a Copa do Mundo de 2026 prolonga aquela que é uma das piores fases do futebol brasileiro de seleções.

    O que se viu em Assunção foi a continuidade da Copa América: falta de ideias e ausência de protagonismo dos jogadores de quem se espera muito. Principalmente, do grande nome da Seleção enquanto Neymar não volta: Vinícius Júnior. O atacante insinuante e decisivo do Real Madrid parece outra pessoa quando veste a camisa do Brasil. Individualista, reclamão e improdutivo.

     

    Uma cena me chamou a atenção quando deixei de lado o jogo para buscar um copo d´água, para aliviar o clima de churrasqueira em que vivemos. Olhei pela janela e vi umas cinco televisões ligadas em prédios vizinhos. Nenhuma delas no jogo. Recorte estatístico insignificante, mas relevante no aspecto emocional.

    Pode-se ver o copo meio cheio ou meio vazio. Comecemos pelo cheio. Foi a primeira derrota do técnico Dorival Júnior no comando da Seleção Brasileira, e o time segue na zona de classificação para a Copa na América do Norte.

    Ao esvaziar pela metade, temos uma equipe que saiu da Copa América com três empates e uma vitória em quatro jogos. Se, em 2023, a Seleção Brasileira havia cumprido a pior temporada de sua existência, com mais derrotas que vitórias (cinco a três, mais um empate), 2024 parece pouco promissor.

    O Brasil tem dez pontos em oito jogos, fez nove gols e sofreu oito nas Eliminatórias. Está em quinto lugar, com a mesma pontuação da Venezuela. Seis equipes vão direto para o Mundial e a sétima enfrentará uma repescagem.

    No meio de outubro, a tabela de jogos do Brasil prevê o Chile, fora de casa, encerrando o turno; e Peru, em Brasília, abrindo o returno. Penúltimo e último colocados na classificação. Não poderia haver sequência melhor.

    Marquinhos, experiente zagueiro, disse que as Eliminatórias sempre foram difíceis, mas não é bem assim. O Brasil disputou a classificação para as Copas pela primeira vez em 1957. Foi perder o primeiro duelo em 1993, para a Bolívia. Jamais ficou de fora de um Mundial.

    Houve um tempo em que a Seleção de futebol parava o Brasil. Horas de sono eram negligenciadas, amigos se reuniam e discutia-se desempenhos e decisões dos treinadores no recreio das escolas. A seleção atual é tão insossa que nem dá muita vontade de debatê-la.

    Um punhado de jogadores que são coadjuvantes em times na Europa, dois grandes jogadores do maior time do mundo (que geralmente somem com a camisa do Brasil) e atletas que se destacam jogando no futebol nacional: os ingredientes misturados produzem uma gororoba futebolística de difícil digestão.

    Pelo menos, Dorival Júnior admitiu que o time não está jogando nada e assumiu a responsabilidade. Ele que antes havia profetizado que o Brasil estará na final da Copa do Mundo. Pode até ser, mas, pelo andar da carruagem, dificilmente será com ele no banco.

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