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    Maurício Noriega
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    Maurício Noriega

    Mauricio Noriega é um dos jornalistas esportivos mais reconhecidos do país. Ganhou o prêmio ACEESP de melhor comentarista esportivo de TV seis vezes.

    Bia Haddad Maia precisa de sabedoria para lidar com novo status

    Antes desconhecida e agora famosa, tenista brasileira será vítima da falta de cultura esportiva dos torcedores

    Bia Haddad Maia, principal tenista brasileira da atualidade, enfrenta um adversário frequente de atletas que alcançam o sucesso: cobrança.

    Ela disputa, nesta semana, o WTA 1000 de Madri. Como perdeu na primeira rodada do torneio do ano passado, não defende pontos e uma boa campanha pode render posições no ranking mundial — ela é a décima terceira, atualmente.

    Aos 27 anos, Bia era desconecida da maioria dos brasileiros até alcançar a semifinal de Roland Garros, um dos maiores torneios do tênis, em 2023. O feito pavimentou o caminho para que a tenista chegasse ao décimo lugar no ranking mundial da Women´s Tennis Association (WTA), melhor posição de uma brasileira na história.

    Aqui é preciso contextualizar.

    Era do ranking profissional

    A maior tenista brasileira de todos os tempos foi Maria Esther Bueno, que morreu em 2018, aos 78 anos. Rainha Maria foi a melhor do mundo durante os anos 1960, período anterior ao profissionalismo. Acumulou 19 títulos de torneios do Grand Slam (os abertos da Austrália, França, Estados Unidos e Inglaterra).

    Quando o ranking profissional foi instituído, em 1973, Maria Esther estava em fim de carreira, e sua melhor posição foi a de número 29.

    O caminho de Bia Haddad rumo ao sucesso foi acidentado. Ela teve lesões e uma suspensão por doping (da qual foi inocentada). Com o sucesso, veio a fama. Bia virou celebridade. É estrela de campanhas de publicidade e passou a ser reconhecida fora do círculo dos fãs de tênis.

    Como sempre acontece no Brasil, País sem cultura esportiva, o torcedor se apaixona por quem ganha, mas sente-se traído por quem perde. Começa a etapa da descrença e da cobrança.

    “Questão mental comigo mesma”

    Como Bia Haddad não começou bem 2024, veio a cobrança. Pelo circuito profissional, ela fez 19 jogos na temporada, com nove vitórias.

    Após a derrota do Brasil para a Alemanha na Billie Jean King Cup, principal torneio entre equipes, no Ginásio do Ibirapuera lotado, Bia foi sincera ao analisar seu momento.

    É uma questão mental comigo mesma. Venho me frustrando em alguns jogos e me perdendo mentalmente nos momentos em que a situação não está boa. Preciso enfrentar a situação com coragem, já que foi assim que conquistei tudo na minha carreira

    Bia Haddad Maia, tenista

    Alguns pontos precisam ser analisados para que a tenista possa recuperar o equilíbrio em seu jogo de golpes potentes de fundo de quadra.

    Estudada e com novos compromissos

    Bia deixou de ser novidade. É uma atleta importante, e passou a ser estudada e analisada pelas adversárias.

    Com a fama e o assédio do mercado publicitário, a agenda de atletas de sucesso sofre alterações significativas. Gravações de comerciais costumam exigir dias de dedicação, viagens, deslocamentos. Isso tem impacto na rotina de treinamentos e mexe com o psicológico.

    A maneira como Bia e sua equipe vão lidar com a nova realidade é que determinará sua capacidade de permanecer entre as melhores do mundo.

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