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    Mariana Janjácomo
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    Mariana Janjácomo

    Correspondente em Nova York, Mariana Janjácomo é mestre em jornalismo pela New York University e ama descobrir cada canto de uma das cidades mais multiculturais do mundo

    Em estados decisivos, votos de protesto e de eleitores não brancos preocupam Biden

    Apoio ao presidente tem caído entre grupos que podem fazer a diferença na eleição em novembro

    Wisconsin, com primárias nesta terça-feira (2), é um dos estados-pêndulo americanos, ou seja, onde não há predomínio claro de democratas ou republicanos – ambos os candidatos têm chance de conseguir a maioria dos votos na eleição geral.

    Por isso, mesmo com as candidaturas de Biden e Trump já definidas, o que acontecer por lá nesta terça-feira é importante, pois pode indicar o comportamento do eleitorado em novembro.

    Em 2020, Joe Biden ganhou no estado com uma diferença de menos de 21 mil votos para Donald Trump. Em 2016, o ex-presidente conseguiu ganhar com uma diferença de menos de 23 mil votos para Hillary Clinton.

    Neste ano, há dois motivos de preocupação para Biden no estado: os votos de protesto e de eleitores não brancos. Ativistas contrários ao apoio dos EUA a Israel têm incentivado que, nas primárias do partido democrata, eleitores escolham a opção “não comprometido” em vez de votarem no presidente.

    A manobra já foi feita no Michigan, estado com grande população árabe: mais de cem mil pessoas preferiram o voto “não comprometido” a demonstrar apoio a Biden.

    O protesto foi ainda mais significativo porque o Michigan também é um estado-pêndulo. Na cidade mais populosa do Michigan, Milwaukee, é o voto dos eleitores negros que pode fazer a diferença.

    Uma pesquisa da CNN mostrou que entre o eleitorado não branco do Michigan, o apoio a Biden tem caído, enquanto o inverso acontece com Trump: em 2020, 80% dos eleitores não brancos do estado diziam apoiar Biden – neste ano, esse percentual caiu para 55%. Por outro lado, em 2020, apenas 18% dos eleitores não brancos do Michigan diziam apoiar Trump – porcentagem que subiu para 34% em 2024.

    Os dois lados têm investido especificamente em convencer eleitores negros a irem às urnas – lembrando que nos Estados Unidos o voto não é obrigatório. O apoio dessa comunidade, tão essencial para que Biden se elegesse em 2020, parece cada vez mais ameaçado, principalmente naqueles lugares que devem ser decisivos para a eleição.