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    Mari Palma
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    Mari Palma

    Sou jornalista, com pós em moda, neurociência e comportamento. Também sou embaixadora da Marvel, fã de Friends e Beatles, 4 vezes tia e mãe de cachorro

    Meu primeiro show internacional foi do Oasis – mas eu não entrei

    Banda anunciou retorno aos shows depois de 15 anos separados e a gente vai ter a chance de ver Liam e Noel juntos mais uma vez nos palcos

    21 de março de 1998: eu tinha 8 anos e fui no show do Oasis. A primeira vez deles aqui em São Paulo e lá estava eu, no carro com a minha mãe, na frente do Anhembi. Eu não costumo ter grandes lembranças da minha infância, mas curiosamente essa eu lembro com detalhes: pela janela, eu conseguia ver as luzes do palco e até deu pra ouvir um pouquinho do começo do show. Tudo ali, pela janela mesmo.

    Sim, meu primeiro grande show internacional foi assim, de longe. Isso porque eu fui com a minha mãe levar meus irmãos até lá. Enquanto eles saíam felizes do carro pra ver a banda preferida deles (e minha, na época), eu fiquei pra trás no carro imaginando se algum dia eu poderia ver Liam e Noel de perto também. Demorou, mas isso aconteceu — 8 anos depois, em 2006, lá estavam eles em SP de novo. Eu reuni meus irmãos e meu grupo de amigos e fomos revezar na fila pra ficar na grade, afinal, eu esperei tanto tempo e não ia sossegar se não visse bem de perto.

    Foi um dos dias mais marcantes da minha vida. Eu tinha 16 anos, mais ou menos a idade que meus irmãos tinham quando foram naquele show no Anhembi, e não podia acreditar que estava vendo uma das minhas bandas preferidas ao vivo. A banda que eu cresci ouvindo na sala de casa. As músicas que me “ensinaram” a falar inglês. Os caras que até então eu só conhecia pelas fotos nos encartes dos CDs. Uma experiência surreal.

    Desde então, o Oasis virou parte da minha vida. Não só pelas músicas, mas por todas as lembranças que eles me deram ao lado de quem eu amo. Não tem como não ouvir “The Masterplan” e não lembrar do meu irmão do meio, o Dadu, cantando no violão. Ou como ver a clássica performance do Liam, com as mãos pra trás, e não lembrar do meu irmão mais velho, o Luizinho, imitando do jeito mais engraçado que você pode imaginar. Ou ver o cabelinho deles e não lembrar de quando meu irmão postiço, o Reinaldo, tentou imitar o estilo — e não deu muito certo. Ou lembrar do roxo que eu fiquei na barriga depois de ter sido esmagada na grade e não lembrar da Pam, minha amiga, que dividiu essa dor comigo debaixo de chuva.

    São muitos momentos que vivem na minha memória. Por isso eu fiquei tão feliz com o anúncio do retorno da banda, uma oportunidade de criar novas lembranças com todas essas pessoas. Se a gente vai conseguir ingresso ou não, eu não faço a menor ideia. Mas posso dizer como alguém que já ficou de fora de um show do Oasis uma vez: eventualmente a gente supera. E sempre aparece uma nova chance.

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