Fabi Claudino relembra primeira Olimpíada a rivalidade contra a Rússia no vôlei
Convidada do Na Palma da Mari, a atleta também contou como é a Vila Olímpica, que tem até balada!
Fabi Claudino é bicampeã olímpica de vôlei feminino e já viveu muita coisa – muita mesmo! – nas quadras. Durante a participação no Na Palma da Mari, relembrou algumas delas, inclusive a sensação de entrar pela primeira vez na Vila Olímpica – que tem balada e fast food.
“A minha primeira Olimpíada foi um mix de emoções, porque eu cheguei lá com 18 anos e parecia um pinto no lixo. Eu olhava para os lados e via atletas que nos inspiram ali do meu lado. Era deslumbrante! Dentro da Vila tem um McDonald’s e as meninas pediam para eu comprar sanduíches – era o meu melhor momento, porque podia circular e ver mais gente”, disse.
Mas quem acompanhou a Seleção Brasileira em Atenas, na Olímpiada de 2004, pode não ter amado tanto assim. Apesar de favoritas, as brasileiras enfrentaram um jogo difícil contra a Rússia, disputa que Fabi lembra com uma certa dor até hoje.
“A gente estava ganhando de 24 a 19 da Rússia, aí teve aquela virada e a gente perdeu. Aquilo para mim foi um baque muito grande, porque foi meu primeiro impacto. Saber que estávamos entre as favoritas e de repente “bum!”, tudo desandou e infelizmente perdemos, saímos de lá em quarto lugar”.
Fabi reconheceu ainda lembra que a rivalidade em relação ao time da Rússia ultrapassava a quadra. “Quando você entra dentro daquela Vila, só tem um objetivo: sair campeão. Para mim, não tem meio termo. A partir do momento que estou ali, se aparecer um adversário, eu vou olhar com cara feia com certeza”.
“Principalmente em jogo contra a Rússia. Não tem jeito. A Vila é gigante, mas a gente acaba se cruzando, às vezes dentro do ônibus, dentro do refeitório, na troca de quadra… Não tem como, aí a gente já começa a intimidar antes de ir para o jogo, porque sabemos que, quando entrarmos em quadra, o bicho vai pegar. Não dá para ficar de risadinha”.
Embora o baque dos Jogos em Atenas tenha sido grande, Fabi disse que foi necessário passar por esse momento para ter uma bagagem importante. “Ali eu entendi o peso de tudo, de você vestir uma camisa da Seleção Brasileira e representar o país”.
O orgulho de ser uma atleta aumentou quatro anos depois, quando ganhou o ouro na Olímpiada de Pequim, em 2008, e mais tarde em 2012, nos Jogos de Londres. “É o ciclo olímpico. São quatro anos que você define a sua vida em apenas 15 dias”, disse.
Nova fase
No final de 2023, Fabi anunciou a saída do time de Osasco, ainda no início do campeonato, e decidiu jogar no de Atlanta, na League One Volleyball (LOVB). Apesar de não especificar o motivo para deixar o time brasileiro, Fabi explicou que após um certo momento da vida, “tem certas coisas que a gente não precisa passar mais”.
“Eu vim de uma cidade do interior, mulher preta, e eu já tive que aturar tanta coisa que chega um momento da sua vida que você fala: ‘Não, eu não preciso passar por isso agora, eu não preciso ouvir isso agora, não preciso aceitar certos desaforos na minha vida’. E a vida segue. Está tudo bem e eu prefiro me retirar”, completou.
O papo, que ainda abordou os perrengues e outras pressões de ser uma atleta olímpica – e olha que ela ia chorando para os treinos! -, está disponível no YouTube de CNN Pop. É só dar play no vídeo acima!