“É como se tivéssemos um celular preso no nosso corpo agora”, diz Jennifer Lopez
Protagonista de "Atlas", novo filme da Netflix, a artista conta detalhes da trama de ficção científica
Mari Palma foi até a Cidade do México para entrevistar pessoalmente os atores Jennifer Lopez e Simu Liu, que estrelam o filme “Atlas”, que estreia na Netflix nesta sexta (24).
O longa tem o mesmo nome da personagem de JLo, que é chamada para impedir as ações de Harlan (Simu Liu), uma inteligência artificial terrorista que se rebelou contra a humanidade e que tem uma ligação forte com sua família. Para conseguir isso, ela precisa da ajuda de outra IA chamada Smith, por mais difícil que seja para ela confiar na tecnologia.
No fim das contas, é uma ficção científica que tem uma mensagem ainda maior por trás, segundo os atores.
“Para mim é sobre relacionamentos e confiar nas pessoas e permitir que elas se aproximem”, diz Jennifer Lopez à CNN. “E eu acho que todos podemos nos identificar com isso. Às vezes nossos medos nos impedem de deixar as pessoas se aproximarem e pedirmos por ajuda, ou nos tornarmos íntimos de alguém”.
Segundo a artista, sua personagem representa esse medo de se decepcionar, por isso ajuda o fato de que seu parceiro para salvar o mundo se trata de uma IA.
“Eu acho que é a única forma que ele [Smith] consegue se aproximar dela, porque ele é muito estável”, explica. “Ele não leva a ousadia e abrasividade dela pro lado pessoal, ele apenas se mantém firme com ela”.
Vilões se divertem mais
Você deve conhecer Simu Liu por seu papel como Shang-Chi ou um dos Kens do filme “Barbie”. Mas neste filme, pela primeira vez, ele interpreta um vilão, a IA rebelde Harlan.
“Foi muito divertido”, admite o ator. “Eu sempre achei que vilões conseguem mais momentos divertidos nos filmes às vezes. Porque geralmente estamos em menos momentos do filme, então é menos trabalho. Eu definitivamente não tive que passar sete semanas sozinho, você sabe, em uma cabine e ser jogado de um lado para o outro como Jen fez”.
Liu também disse que adora como não existem regras quando se trata de vilões. “Parece uma lousa em branco”, afirma. “Então eu trabalhei com Brad Peyton, nosso incrível diretor, para criar a aparência e a voz de Harlan, como ele se move e como ele estuda você, sabe? Quando está analisando”.
Ao ouvir o colega, JLo concorda.
“Como vilão você meio que não tem remorso. Eu acho que quando você atua como personagem principal em filmes, você quer que as pessoas se identifiquem com você e tenham empatia”, analisa. “Mas como vilão é como se todas as apostas estivessem fora de você. Você vai como quiser. Isso é muito divertido para a atuação”.
E deixa clara a vontade: “Eu preciso interpretar uma vilã”.
Em casa de ferreiro, espeto de pau
Na ficção eles imergiram no mundo tecnológico, mas na vida real Jennifer Lopez admite que precisa de ajuda até mesmo para ligar a Netflix.
“Eu sou tipo: ‘Como funciona essa maldita TV?’ Toda TV, os controles e tudo… É demais para mim”, ri.
Mas mesmo com a dificuldade técnica, ela diz que não dá para fugir das tecnologias. “Estamos todos presos. É como se tivéssemos um celular preso em nosso corpo agora”.
Já Simu Liu tem uma casa inteligente, ou seja, com controles remotos que fazem várias funções diferentes. “Então estou sempre confuso”, assume.
O bate-papo completo está disponível no YouTube. Vem ver!