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    Mari Palma
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    Mari Palma

    Sou jornalista, com pós em moda, neurociência e comportamento. Também sou embaixadora da Marvel, fã de Friends e Beatles, 4 vezes tia e mãe de cachorro

    Por sexualidade, Aline Wirley e Igor Rickli relatam preconceito durante adoção dos filhos

    Os atores se emocionaram ao falar sobre Will e Fátima: "Eles sempre foram nossos, só não estavam aqui ainda"

    Aline Wirley Igor Rickli, convidados do Na Palma da Mari dessa semana, estão juntos há 14 anos – nove deles casados.

    “A gente tinha uma vontade de construir algo muito grande. Não sabíamos como ia ser, mas eu estava ‘meu Deus, não tenho como não viver com essa mulher'”, disse Igor sobre o início da relação, após se conhecerem durante o espetáculo “Hair”, em 2010.

    “Até a gente ficar como casal, demorou. Ele me enrolou muito e eu já estava apaixonada”, contou Aline. “Só que a gente foi se conectando nas nossas vulnerabilidades e foi crescendo uma amizade com uma troca muito honesta. Até que ele disse: ‘Poxa, e se a gente der um passo adiante?'”.

    Para eles, viver em um casamento aberto não é sinônimo de falta de amor ou de promiscuidade, como dizem as críticas. Ao contrário, a cantora contou que a relação vai muito além de uma parceria romântica.

    “Eu venho de uma família em que nenhuma mulher casou. Tive a solidão da mulher preta esfregada na minha cara o tempo todo. E eu sou uma mulher muito amada. Eu vivo numa relação de muito amor. Isso para mim, para minha filha, paras minhas ancestrais, é um lugar de cura”.

    Igor, que revelou ser bissexual em 2023, ainda reforçou como até pouco tempo “tipos de relacionamentos” sequer eram discutidos. “No início era doído. Há 14 anos, o mundo era outro, nesses últimos dez anos a gente deu uma ‘sacolejada’ legal. A gente enfrentava muita ignorância – até pelo fato de também ser um casal interracial”, explicou. “Eu sabia que é algo que existe na sociedade, mas a Aline me trouxe essa consciência do que é o racismo e preconceito”.

    “Depois, quando começaram a questionar a nossa sexualidade, foi um lugar muito invasivo, muito duro, muito duro mesmo. E a gente simplesmente falou: ‘a gente é fechamento agora, deixa que o que tiver que falar, que falem’. Foi nossa escolha criar a nossa história, mesmo que não seja convencional, porque o mais legal para nós é que acreditamos no amor”.

    Juntos, Aline e Igor têm três filhos: Antônio, de 10 anos, e Will e Fátima, de 7 e 10 anos respectivamente, que foram adotados oficialmente no início de 2024. A adoção foi, aliás, um processo doloroso para o casal.

    “A partir do momento que a gente falou sobre sexualidade e as pessoas souberam que a gente estava na fila da adoção, começaram denúncias de que não éramos aptos a adotar, como se fôssemos promíscuos”, explicou o ator. “Quando a gente estava na audiência com a juíza, ela teve que falar sobre essas centenas de denúncias. E aquilo foi tão agressivo, a gente pedindo a guarda dos nossos filhos e ter que ficar falando sobre nossa sexualidade… Falar que não é promiscuidade, que a gente está buscando simplesmente o direito de amar e de existir em paz”, contou Igor.

    “O Will e Fátima trouxeram muito mais alegria. Eles tem total noção da adoção, existe a nossa disponibilidade e a deles – de me chamar de mãe, de chamar ele de pai, de chamar o Antônio de irmão”, explicou Aline, emocionada. “Eles transformaram muito, muito a nossa vida. Hoje nós somos muito gratos porque a gente sente que eles sempre foram nossos, eles só não estavam com a gente até ali, mas sempre foram nossos”.

    Deu para perceber que os artistas falaram tudo e não esconderam nada, né? Mais do que refletir sobre toda forma de amor, família e o autoconhecimento, o papo divertido abordou Big Brother Brasil, paixão pela Espanha, sonecas durante “This is Us” e muito mais:

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