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    Márcio Gomes
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    Márcio Gomes

    Jornalista com mais de 30 anos de carreira, foi correspondente internacional e apresenta o CNN Primetime - mas sem deixar de fazer o que mais gosta, ir pra rua contar histórias!

    O que é viver sob a tensão de um ataque – boa parte da Ásia conhece esse sentimento

    China e Coreia do Norte investem em ofensivas contra os japoneses; governo constrói abrigo em estações de metrô

    Pouca gente no Brasil vai entender o que é viver no meio de uma guerra. De um conflito entre nações. De ter pessoas filhos convocados para o campo de batalha. De ter que sair de casa. De perder a casa. Inimaginável o sofrimento. Por algum motivo, nascemos em um país que sempre viveu em paz.

    Mas para um pedaço do planeta, o clima é sempre de tensão. O tema da terceira reportagem da série que fiz no Japão (e que será exibida nesta quarta-feira, dia 10, no CNN Primetime) é geopolítica. Os riscos que o mundo está correndo ao assistir uma militarização intensa na Ásia.

    A China investe por ano mais de US$ 200 bilhões em armamentos. Expande suas águas territoriais pelo Mar do Sul da China, ultrapassando limites e se aproximando de Filipinas, Malásia, Brunei, Indonésia, Vietnã – que também teriam direito de navegar livremente por ali – mas frequentemente são questionados por barcos da guarda costeira chinesa. A região é uma rota mercantil importante.

    Isso sem falar no que especialistas internacionais consideram inevitável em algum momento: a reanexação de Taiwan pelas tropas chinesas. Exercícios militares da cada vez mais forte armada chinesa são realizados na região, deixando até Washington em alerta (os Estados Unidos tem um compromisso de defender Taiwan em caso de invasão). O risco para o mundo está aí.

    Ao mesmo tempo, temos a Coreia do Norte que mantém os seus programas balístico e nuclear, mesmo proibidos pela ONU. Enquanto parte de sua população passa fome, o investimento em armas serve de pressão sobre os países vizinhos. Os foguetes são lançados sem uma rota muito bem determinada (já passaram por cima do Japão, na ilha de Hokkaido, em 2017 – quando eu estava lá! Não preciso descrever o que significa ver seu telefone celular piscar um alerta de que um míssil está passando exatamente por cima de sua cabeça).

    E no meio disso tudo tem o Japão. Que teve sua fase imperialista no começo do século XX, invadindo países vizinhos e promovendo o terror. Esse passado ainda é muito forte, cicatrizes ainda não foram curadas – mesmo com a derrota japonesa na Segunda Guerra Mundial. O país teve que aceitar uma constituição imposta pelos americanos e se tornar pacifista. Mas para se defender, investe cada vez mais em armamentos.

    Esse é o cenário em que um pedaço considerável do planeta vive. De tensão e lembranças muito duras. Onde a paz é bem frágil. Isso é o que mostraremos na reportagem de hoje.