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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    STF põe governo federal em dilema sobre dívida de MG

    Intimada pelo STF, União terá de se manifestar se concorda com adiamento do prazo, em meio a uma repactuação que ainda desagrada a Fazenda

    Em meio às tratativas políticas e econômicas para a renegociação das dívidas dos Estados, o Supremo Tribunal Federal (STF) colocou o governo federal em um dilema em torno do caso de Minas Gerais.

    Intimada pela Corte a se manifestar em três dias, a União terá de informar se concorda com a prorrogação do prazo de pagamento, em meio a uma repactuação cujos termos ainda desagradam o Ministério da Fazenda.

    O receio do governo federal, neste momento, é abrir mão da retomada do pagamento, que ocorreria a partir do dia 20, e acabar com um acordo que não seja tão vantajoso para os cofres da União.

    Isso porque o “Programa de Pleno Pagamento da Dívida”, apresentado nesta terça-feira pelo presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), ainda não tem o pleno apoio da equipe econômica do governo.

    O texto prevê que o valor principal da dívida – hoje na casa dos R$ 700 bilhões – seja congelado e parcelado em 30 anos. Também muda o indexador que corrige a dívida e permite o uso de ativos do Estado para abatimento do saldo devedor.

    O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, não está satisfeito com os termos. Segundo disse a interlocutores próximos, a proposta de Pacheco impacta as contas da União como uma “bomba”.

    Ao STF, o governador de Minas, Romeu Zema, pede que o prazo seja estendido pelo menos até que o Congresso vote o projeto de Pacheco – o senador quer que isso ocorra antes do recesso parlamentar, que começa dia 18.

    O relator original no STF é o ministro Nunes Marques, que em dezembro já havia concedido a prorrogação por 120 dias. Agora, porém, os autos estão com o ministro Edson Fachin, presidente interino do STF na primeira metade do recesso do Judiciário.

    Ele atua como uma espécie de “plantonista” para decisões urgentes e despachou no processo na noite de quarta-feira. Segundo o ministro, o tema é “da maior relevância para o federalismo brasileiro”.

    Ao pedir a manifestação do governo federal, Fachin destacou o “caráter cooperativo e solidário” que, segundo ele, deve conduzir as relações entre Estados e União. “O protagonismo dos entes da federação é primordial”, escreveu.

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