A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou que há relação direta entre o suposto plano de golpe do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e os atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.

A informação foi revelada inicialmente pelo portal UOL e confirmada pela CNN com fontes da Polícia Federal (PF), do Supremo Tribunal Federal (STF) e da própria PGR.

Encaminhada ao ministro Alexandre de Moraes, a manifestação assinada pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, reforça um entendimento que já estava consolidado dentro da PF.

Para o procurador-geral, “a atuação da organização criminosa investigada foi essencial para a eclosão dos atos depredatórios” nas sedes dos Três Poderes, em Brasília”.

O parecer da PGR foi solicitado por Moraes em razão de um pedido do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, para revogar as cautelares impostas contra ele – entre elas, a proibição de contato com Bolsonaro.

Ao se posicionar sobre a possibilidade de permitir a Valdemar reaver os R$ 53 mil que foram apreendidos pela PF em sua casa, Gonet disse que a medida “não parece recomendável”.

Isso porque, para o procurador-geral, os investigados pela trama golpista podem precisar ressarcir o erário pelos danos causados durante os ataques às sedes do poder Executivo, Judiciário e Legislativo. O prejuízo é calculado em cerca de R$ 26 milhões.

A PF deve concluir o relatório sobre a tentativa de golpe de Estado depois das eleições – o segundo turno é dia 27. Depois, caberá à PGR oferecer denúncia, pedir novas diligências ou requerer o arquivamento.

A PGR disse que não se manifesta sobre processos em segredo de justiça, nem mesmo para confirmar ou negar a existência de atos nesses processos.

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