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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    PGR avalia pedir inquérito contra senador Zequinha Marinho

    Parlamentar é suspeito de integrar esquema de grilagem em terra indígena do Pará

    A Procuradoria-Geral da República (PGR) avalia pedir ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de um inquérito contra o senador Zequinha Marinho (Podemos-PA).

    Na primeira instância, o Ministério Público Federal (MPF) identificou “indícios fortes” da participação do parlamentar em esquema de grilagem em terra indígena.

    O caso foi remetido ao STF pela Justiça Federal do Pará, devido à prerrogativa de foro do senador. A ministra Cármen Lúcia, relatora, enviou o processo à PGR.

    Agora, cabe ao órgão decidir se envia ou não ao Supremo pedido para instaurar uma investigação formal – o que é a tendência, segundo a CNN apurou.

    A avaliação de fontes da cúpula da PGR é de que, como os procuradores da região viram indícios concretos contra Marinho, não há porque não seguir investigando.

    As irregularidades foram identificadas inicialmente pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama).

    O órgão constatou uma área de invasão na terra indígena Ituna-Itatá, com cinco barracos, alguns veículos e mais de 50 pessoas.

    “No transcorrer das investigações, constatou-se que os crimes teriam sido liderados por Jassônio Leite, o qual possui fortes ligações com o senador”, diz o MPF.

    A suspeita é de que Marinho, por meio de um assessor, esteja usando a função “para interferir nos interesses econômicos que colidem com a demarcação” da terra.

    A organização criminosa estaria desmatando a região – localizada no município de Senador José Porfírio (PA) – para criar um loteamento ilegal.

    Outro lado

    Em nota, Marinho disse que “nunca apoiou e jamais apoiará ‘suspeitos de invadir terras públicas e destruir vegetação nativa’”.

    O senador disse que “na verdade, defende a legitimidade das famílias de agricultores que se deslocaram de diversas partes do país para aquele rincão paraense”.

    “Essas famílias, há anos renegadas pelos governos estadual e federal, não podem ser tratadas como ‘invasores e grileiros’, tampouco como criminosos”, diz a nota.

    O parlamentar afirma que “continuará defendendo os direitos das famílias de agricultores que vivem há décadas na área denominada Ituna-Itatá”.

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