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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    Novas diligências sobre plano de golpe devem adiar denúncia da PGR

    Mauro Cid presta novo depoimento nesta quinta-feira (5)

    As diligências que ainda estão em curso para investigar uma tentativa de golpe de Estado no Brasil devem adiar o eventual oferecimento de denúncia pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

    A avaliação do entorno do procurador-geral, Paulo Gonet, é de que o seu perfil cauteloso indica que ele deve aguardar os novos desdobramentos antes de decidir acusar formalmente os indiciados pela Polícia Federal (PF).

    Nesta quinta-feira, por exemplo, o ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro, Mauro Cid, depõe novamente à PF. Por ter celebrado uma delação premiada, ele precisa estar à disposição dos investigadores sempre que esclarecimentos forem necessários.

    Cid tem prestado informações que subsidiam inquéritos que miram Bolsonaro, como o do golpe de Estado, o da falsificação do cartão de vacinação, o da venda de joias sauditas no exterior e o da “Abin Paralela”.

    O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, já admite que o relatório conclusivo sobre o esquema de espionagem ilegal — o único ainda pendente — pode ficar para 2025. Inicialmente, havia uma previsão de conclusão antes do fim deste ano.

    No caso do golpe de Estado, o relatório de 884 páginas ainda deve ser complementado. O depoimento do tenente-coronel Rodrigo Bezerra Azevedo, por exemplo, foi tomado apenas na semana passada e não consta no documento original. Ele ainda pode vir a ser indiciado.

    Auxiliares de Gonet vinham afirmando que o oferecimento da denúncia ao Supremo Tribunal Federal (STF) ficaria para o início de fevereiro, quando o Poder Judiciário retoma os trabalhos após o recesso.

    Porém, a depender da demora das novas diligências da PF, a acusação pode levar mais alguns meses. Ainda assim, a ideia é de que isso seja feito no máximo até junho, para que o STF julgue ainda em 2025 e evite “embolar” o cenário com as eleições de 2026.