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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    Ministros do STF minimizam possibilidade de Bolsonaro ser preso antes de eventual condenação

    Ala da Corte entende que ex-presidente só deve ser preso após condenação, para evitar conflagração do cenário político

    Ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) veem pouca chance de o ex-presidente Jair Bolsonaro ter a prisão preventiva decretada por seu envolvimento na tentativa de golpe de Estado no país.

    Uma ala da Corte entende que o ex-presidente só deve ser preso depois de uma eventual condenação colegiada, para evitar a conflagração do cenário político nacional.

    Segundo essas fontes, a prisão preventiva – ou seja, anterior à definição das penas – poderia mobilizar as forças extremistas que apoiam Bolsonaro a ponto de gerar uma nova onda de ataques à Corte.

    O fato de a Polícia Federal (PF) já ter enviado ao Supremo o relatório com os indiciamentos – entre eles, o de Bolsonaro – também é citado como um indício de que não haverá pedido de preventiva.

    A avaliação é de que, em geral, operações de prisão preventiva e de busca e apreensão ocorrem antes da divulgação do relatório, e não depois, impedindo que os alvos “se preparem” para o que está por vir.

    Portanto, se fosse para Bolsonaro ser preso preventivamente, isso já teria acontecido, avaliam interlocutores dos ministros que acompanham com mais atenção o desenrolar do caso.

    O cenário muda se Bolsonaro vier a ser de fato condenado, uma vez que as penas previstas para os crimes atribuídos ao ex-presidente incluem prisão em regime fechado.

    Bolsonaro foi indiciado pelos crimes de organização criminosa, tentativa de abolição do Estado democrático de direito e tentativa de golpe de Estado. Somadas, as penas chegam a 28 anos de prisão.

    O ministro Alexandre de Moraes deve encaminhar o relatório nesta semana ao procurador-geral da República, Paulo Gonet, para que ele avalie o oferecimento de denúncia contra o ex-presidente e os demais 36 indiciados.

    A expectativa, porém, é de que isso ocorra somente em 2025. Depois, o STF deve abrir a ação penal para aprofundar a investigação. O julgamento final deve ocorrer até junho.

    Pela jurisprudência do Supremo no caso do Mensalão, a pena começa a ser executada depois que o colegiado rejeitar pela segunda vez os recursos da defesa contra a condenação.

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