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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    Ex-assessor de Bolsonaro indica testemunhas negras e judias para tentar afastar acusação de racismo

    Advogado diz à CNN que pessoas "das mais diversas etnias" tentarão respaldar inocência de Filipe Martins

    A defesa de Filipe Martins, ex-assessor especial do ex-presidente Jair Bolsonaro, afirmou ter indicado testemunhas “das mais diversas etnias” para tentar afastar uma acusação de racismo.

    Martins foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF) devido a um suposto gesto supremacista feito durante uma audiência no Senado, em março de 2021. A 12ª Vara Federal de Brasília ouve a primeira leva de testemunhas nesta quinta-feira.

    ‘“A gente colocou várias pessoas negras que trabalharam com ele, pessoas das mais diversas etnias, como judeus e também alguns árabes”, disse à CNN o advogado de Martins, Ricardo Fernandes.

    Entre as testemunhas, estão o deputado federal Hélio Lopes (PL-RJ), o israelense Simcha Neumark (o primeiro paciente a receber pílula da Pfizer contra a Covid-19) e o médico Ahmed Youssif El Tassa, ligado ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho, morto em 2022.

    A defesa também tentou arrolar como testemunha o rabino Leib Rojtenberg, mas ele acabou dispensado — a Justiça entendeu que, como sacerdote, ele não era obrigado a prestar depoimento.

    De acordo com Fernandes, as testemunhas “vão servir para traçar o perfil do Filipe”. Além disso, segundo ele, podem dar respaldo à alegação de que o que Martins fez não foi um gesto, apenas um movimento enquanto ajeitava o paletó.

    O ex-assessor de Bolsonaro vai acompanhar a audiência por videoconferência. Ele está preso desde o dia 8 de fevereiro, suspeito de participar de uma suposta tentativa de golpe de Estado.

    O MPF acusa Martins de “discriminação e preconceito de raça, cor e etnia, em detrimento da população negra em geral e contra outros grupos sociais não brancos”, devido a “gesto apropriado por movimentos extremistas com simbologia ligada à ideia de supremacia”.

    A defesa afirma que a denúncia é “ridícula” e que o processo “não tem pé, nem cabeça”. “Pessoas com más intenções fizeram esse tipo de associação completamente leviana”, argumenta o advogado.

    A expectativa é de que a fase de oitiva de testemunhas dure pelo menos até agosto. Martins só presta depoimento em uma etapa posterior, que ainda não tem data prevista para ocorrer.