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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    Análise: troca de Moraes por Mendonça muda correlação de forças no TSE

    Tendência é de inversão no placar e arrefecimento no rigor em julgamentos relevantes para a política

    A posse do ministro André Mendonça como integrante efetivo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em substituição a Alexandre de Moraes, deve mudar a correlação de forças da Corte, arrefecendo o rigor em julgamentos relevantes para a política. A cerimônia será nesta terça-feira (25).

    Até agora, o placar vinha sendo frequentemente de pelo menos 4 votos a 3 a favor dos entendimentos de Moraes. A tendência é que isso se inverta, com uma maioria mais “conservadora” no plenário do TSE.

    Isso porque Mendonça segue linha jurídica mais ligada aos ministros que costumavam divergir de Moraes nos julgamentos: Raul Araújo, Isabel Galotti e Nunes Marques.

    Agora sem Moraes, os ministros André Tavares, Floriano Marques e Cármen Lúcia passam a ser uma corrente minoritária.

    Isso é relevante para as ações envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que já foi declarado inelegível pelo TSE e ainda responde por outros casos de ataque ao sistema eleitoral, abuso de poder político e disseminação de “fake news”.

    Além disso, o TSE tem no horizonte outros julgamentos importantes, como o recurso contra a absolvição do governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PL).

    Enquanto Moraes tinha um perfil considerado mais “linha dura” em ações sobre abuso de poder político e econômico em campanhas eleitorais, Mendonça tende a seguir uma linha mais comedida em processos envolvendo a possibilidade de cassação de mandato.

    Já nas pautas administrativas, como o combate à desinformação, a troca de Moraes por Mendonça não deve ter efeitos negativos, segundo relataram à CNN interlocutores de Cármen, nova presidente do TSE.

    A expectativa é de que ela consiga avançar nas pautas institucionais que vinham sendo encampadas por Moraes, sem grandes divergências.