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    Luísa Martins
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    Luísa Martins

    Em Brasília, atua há sete anos na cobertura do Poder Judiciário. Natural de Pelotas (RS), venceu o Prêmio Esso em 2015 e o Prêmio Comunique-se em 2021. Passou pelos jornais Zero Hora, Estadão e Valor Econômico

    Ministros do TSE veem erro de Tarcísio em fala sobre PCC

    Corte deve dar palavra final sobre eventual abuso de poder político

    Ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) veem um possível quadro de abuso de poder político na fala do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), que – sem provas – associou Guilherme Boulos (PSOL) ao Primeiro Comando da Capital (PCC).

    No domingo do segundo turno, ainda pela manhã, Tarcísio afirmou que houve um “Salve do PCC”, indicando o voto da facção para Guilherme Boulos, na capital paulista.

    Segundo interlocutores dos magistrados, as declarações foram suficientemente graves para desequilibrar a disputa, especialmente por terem sido proferidas no próprio dia de votação e ao lado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que conseguiu ser reeleito.

    Autoridades eleitorais afirmam que o cenário pode gerar a cassação não só do próprio governador, que foi o efetivamente responsável pelas falas, mas também da chapa de Nunes e de seu vice, Mello Araújo (PL).

    Isso porque a campanha de Nunes teria replicado o conteúdo nas redes sociais e, em última análise, pode ter sido beneficiada pela “fake news” – o que já foi motivo de declaração de inelegibilidade em situações análogas.

    Dois ministros da Corte Eleitoral lembraram os precedentes do próprio TSE que condenaram políticos por disseminar notícias falsas – a começar pelo próprio ex-presidente Jair Bolsonaro, que atacou as urnas eletrônicas e está inelegível até 2030.

    Também foi citado o processo envolvendo o ex-deputado Fernando Francischini (União), que está inelegível por decisão do TSE. Nesse caso, a semelhança está no “timing” – a “fake news” sobre as urnas foi espalhada no dia da eleição, em 2018.

    Na campanha de Nunes, a leitura é de que o prefeito não tinha como prever o que seu principal aliado falaria naquele momento – e que, portanto, ele não poderia ser juridicamente prejudicado pelo erro de terceiros.

    Já o governador, segundo interlocutores, admitiu que “falou sem pensar”. No entanto, ainda de acordo com essas fontes, ele entende que a declaração não foi capaz de desequilibrar a disputa eleitoral, uma vez que Nunes já aparecia bem à frente nas pesquisas.

    2º turno: prefeito mais velho eleito tem 77 anos e mais novo, 28

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