Cidades do Rio Grande do Sul começam nesta terça-feira (21) a colher dados entre seus moradores para tentar operacionalizar o programa do governo federal batizado de “auxílio reconstrução”.

A ideia é que os moradores dos municípios atingidos pelas chuvas e enchentes tenham acesso, em parcela única, aos R$ 5.100 que poderão ser usados na compra de eletrodomésticos ou reconstrução de casas que se perderam durante a tragédia.

Ao todo, 369 cidades gaúchas têm direito a receber o benefício, já que tiveram os estados de emergência ou calamidade pública reconhecidos pela Defesa Civil Nacional até 15 de maio. No entanto, para que a verba chegue até os afetados diretamente pelas chuvas, será necessário um longo processo.

De acordo com o governo federal, as prefeituras inicialmente precisarão enviar os dados das localidades que foram assoladas pelas enchentes e as famílias que ficaram desalojadas ou desabrigadas.

Para esse primeiro passo, prefeituras pequenas, como a cidade de Santa Tereza, não veem grandes dificuldades. O município tem apenas 1.700 habitantes e já conseguiu catalogar a maioria dos moradores que perderam suas casas ou móveis.

Porém, cidades maiores afirmam que vão enfrentar mais dificuldades até terminar o levantamento. Em Lajeado, município com pouco menos de 100 mil habitantes, a prefeitura não soube dizer quanto tempo levará para terminar o levantamento.

Para tentar acelerar, o prefeito Marcelo Caumo (PP) disse à CNN que a ideia é usar a base de dados utilizada anteriormente para autorizar o saque do FGTS aos moradores atingidos pelas chuvas.

Em Porto Alegre e na região metropolitana, o processo de colheita de dados já começou, mas em muitos casos, a água que ainda não baixou dificulta inclusive o acesso dos funcionários das prefeituras aos moradores que têm direito ao benefício.

Para além do problema de cadastro, um segundo momento exigirá ainda que as famílias identificadas pelas prefeituras entre no site do governo federal e confirme o cadastro. No entanto, muitas cidades ainda enfrentam dificuldades de comunicação e acesso à internet.

De acordo com o Governo Federal, a expectativa é que os primeiros pagamentos sejam realizados ainda neste mês. “Mas, dadas as muitas dificuldades por que passam os municípios gaúchos, tudo vai depender da velocidade com que os dados forem enviados pelas prefeituras e confirmados pelas famílias”, afirma a Secretaria de Comunicação Social.

O Ministério Extraordinário para Reconstrução do Rio Grande do Sul promete ainda prestar consultoria às prefeituras, para ajudá-las a acessar as políticas públicas do projeto de reconstrução.