Venezuela: nova eleição não consta em proposta em debate na OEA
Resolução será discutida nesta sexta-feira (15) durante reunião do conselho permanente
A realização de novas eleições na Venezuela não consta na proposta de resolução liderada pelos Estados Unidos dentro das Organização dos Estados Americanos (OEA), de acordo com interlocutores da diplomacia brasileira a par das negociações.
A nova resolução será debatida nesta sexta-feira em reunião do conselho permanente em Washignton (EUA), às 17h no horário de Brasília.
A sugestão de uma nova votação para resolver o processo eleitoral na Venezuela foi mencionada pelo presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Joe Biden, dos Estados Unidos, e Gustavo Petro, da Colômbia.
Uma nova proposta de resolução está sob consulta na OEA, composta por 34 países. Na terça-feira (13), houve uma reunião preparatória que durou cerva de dez horas.
De acordo com diplomatas consultados pela CNN, a possibilidade de uma nova eleição precisaria ter o aval do regime de Nicolás Maduro e da oposição, que teve como candidato Edmundo González. Ainda assim, sob reservas, veem dificuldades de uma eventual sugestão ter apoio da maioiria na OEA.
Como mostrou a CNN, o secretário de Estado americano, Antony Blinken, indicou ao chanceler Mauro Vieira que os Estados Unidos estão abertos a receber contribuições do Brasil para uma nova proposta de resolução sobre a crise venezuelana.
Diplomatas a par das discussões na OEA relataram à CNN que a nova proposta é semelhante à resolução que foi rejeitada em 31 de julho, mas traz mudanças em trechos importantes que, na visão da diplomacia brasileira, pode tornar a proposta mais “palatável.”
O texto também acrescenta novos parágrafos, citando a violação de direitos humanos e o contexto pós-eleitoral na Venezuela com a escalada de violência e tensão.
Segundo a CNN apurou, o endosso do Brasil a uma nova resolução depende justamente da disposição dos países em negociar.
A primeira resolução da OEA sobre a Venezuela teve 17 votos a favor da resolução, 11 abstenções, nenhum contra e 5 delegações ausentes. Como não alcançou a maioria, o texto foi rejeitado.
Novas eleições
Nesta quinta-feira (15), Lula, em entrevista a uma rádio do Paraná, disse que Maduro deve explicação ao mundo e citou novas eleições. Ele ainda citou a como possibilidade um governo de coalisão.
“Maduro tem seis meses do (atual) mandato ainda. Se tiver bom senso, poderia tentar fazer uma conclamação ao povo da Venezuela, quem sabe até convocar novas eleições, estabelecer um critério de participação de todos os candidatos, criar um comitê eleitoral suprapartidário em que participe todo mundo e deixar que entrem olheiros do mundo inteiro”, disse o presidente.
O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, em publicação no X (antigo Twitter), listou uma série de medidas que podem ser adotada para resolver a crise. Na publicação, Petro disse que “um acordo político interno na Venezuela é o melhor caminho” e “depende somente dos venezuelanos”.
“Levantamento de todas as sanções contra a Venezuela. Anistia geral nacional e internacional. Garantias totais para a ação política. Governo transitório de coabitação. Novas eleições livres”, escreveu Petro.
Já o presidente americano, Joe Biden, quando questionado sobre a possibilidade de novas eleições, respondeu: “Eu apoio“.
Tanto integrantes do regime de Nicolás Maduro quanto da oposição rechaçam a ideia. A líder opositora María Corina Machado qualificou, nesta quinta-feira (15), como “uma falta de respeito” a proposta de novas eleições. A líder opositora ressaltou que a oposição correu riscos no processo eleitoral e concluiu: “As eleições já aconteceram”.
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