Provedores conseguirão fazer bloqueio do X dentro do prazo, diz associação
Pequenos provedores atendem a 54% do mercado de banda larga no Brasil; algumas empresas ainda enfrentam dificuldades técnicas para fazer o bloqueio.
A Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint) avalia que os 20 mil provedores de internet banda larga no Brasil conseguirão atender a determinação de bloquear o acesso ao X (antigo Twitter) até o fim da tarde de quinta-feira (5).
O prazo de cinco dias para o cumprimento da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), foi dado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) em um comunicado enviado por e-mail para as empresas no último sábado (31).
À CNN, Basílio Rodriguez Perez, conselheiro da Abrint e presidente da Federação Latino Americano e do Caribe das associações de Provedores de Internet (LAC-ISP), disse que muitos provedores ainda não conseguiram atender a determinação por dificuldades técnicas.
Isso porque, explica Perez, 54% do serviço de banda larga no Brasil é prestado por pequenas empresas que atuam em todo o país, em especial no interior. O restante — 46% — por grandes operadoras.
É por falta desses bloqueios que muitos usuários ainda relatam estarem conseguindo acessar a rede X.
“A Anatel mandou um e-mail para todo mundo, dando uma orientação pra fazer o bloqueio, mas é uma orientação genérica, não especifica detalhes técnicos de como fazer, porque realmente a coisa é complexa pra ser exercitada. Durante o final de semana, algumas empresas já conseguiram fazer alguma coisa, mas a maior parte delas está trabalhando mais firmemente pra fazer esses bloqueios”, disse Perez.
De acordo com o conselheiro da Abrint, com muitas operadoras são pequenas não tem conhecimento técnico para fazer o bloqueio específico do X, por isso muitas estão recorrendo a consultores externos.
“É uma coisa bastante trabalhosa, infelizmente. É uma questão de capacidade técnica, é uma questão de mão de obra mesmo, mas é possível fazer (os bloqueios), disse.
Ainda segundo Basílio Perez, a Abrint deve oferecer ajuda técnica aos pequenos provedores que, eventualmente, não conseguirem fazer o bloquei até o prazo dado pela Anatel.
“A assessoria jurídica está acompanhando o caso para ver o que fazer nessas situações, mas vamos tentar evitar ao máximo. Então, chegando no final, se alguém tiver com dificuldade, vamos dar um apoio quase que pessoal até resolver”, disse.