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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Milei não pede, mas PF mantém protocolo e oferece segurança

    Presidente da Argentina desembarca em Santa Catarina no sábado (6); Casa Rosada solicitou apoio às polícias civil e militar

    A Polícia Federal (PF) oferecerá o acompanhamento de segurança ao presidente da Argentina, Javier Milei, que desembarca na noite de sábado (6) em Santa Catarina para participar do fórum conservador ao lado de Jair Bolsonaro (PL) em Balneário Camboriú (SC), no domingo (7).

    Embora não tenha sido feita solicitação de segurança pelo cerimonial argentino, o governo brasileiro seguirá todos os protocolos previstos para viagens de chefes de Estado em agenda privada, o que inclui a oferta de veículos com seguranças, mas sem o uso de batedores.

    Ao comunicar a viagem de Milei ao Itamaraty, a embaixada da Argentina solicitou apenas facilidades no controle de imigração e de aduana para a visita, de caráter privado. Todos os pedidos foram atendidos pelo governo brasileiro.

    Já o pedido de apoio logístico e operacional foi encaminhado ao governo de Santa Catarina, comandado por Jorginho Mello (PL), aliado de Bolsonaro. A partir disso, o estado se comprometeu com a segurança e o transporte oferecidos pelas polícias militar e civil.

    O Manual de Visitas de Visitas de Autoridades Estrangeiras, uma publicação do Itamaraty, prevê que em caso de visita privada de altas autoridades estrangeiras serão oferecidas cortesias de praxe e facilidades logísticas, como “sala VIP nos aeroportos ou salão de autoridades nas bases aéreas, facilidades migratórias e alfandegárias”.

    O manual destaca que, nessas viagens pessoais, “somente Chefes de Estado ou de Governo farão jus a veículo com segurança, mas sem batedores.”

    A previsão é de que Milei desembarque no aeroporto internacional de Navegantes (SC) na noite de sábado (6) e participe de jantar, na cidade vizinha de Balneário Camboriú, com a presença de Bolsonaro.

    Os convites para o jantar da Conferência de Ação Política Conservadora (CPAC) vão de R$ 5 mil a R$ 25 mil reais.

    Na primeira viagem ao Brasil após assumir a Casa Rosada, Milei não se reunirá com o presidente o Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a quem frequentemente faz ataques.

    Integrantes do governo Lula entendem que a participação do presidente da Argentina no evento conservador, no próximo fim de semana, é “imprevisível”.

    A avaliação é de que Milei, incentivado por bolsonaristas e na busca por se consolidar como uma liderança da direita, tende a subir o tom contra Lula.

    A depender do que for dito e do contexto da agenda, assessores da área internacional relatam que o governo brasileiro não descarta consequências diplomáticas — como, por exemplo, chamar o embaixador brasileiro na Argentina para consultas. O gesto é visto na diplomacia como sinal de insatisfação.

    Até aqui, diplomatas do Brasil e Argentina têm buscado preservar as relações bilaterais, apesar dos atritos públicos entre os dois presidentes.

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