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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Investigados por golpismo temem que depoimento de Freire Gomes tenha ido mais longe que delação de Mauro Cid

    Ex-comandante do Exército confirmou que houve reuniões que discutiram a minuta do golpe, corroborando a colaboração de Cid

    Investigados por suposta tentativa de golpe de Estado temem que o depoimento do general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, tenha sido mais abrangente que a própria delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

    O ex-comandante do Exército prestou esclarecimentos por oito horas à Polícia Federal. Como antecipou a CNN, Freire Gomes confirmou que houve reuniões que discutiram a minuta do golpe, corroborando a colaboração de Cid.

    A preocupação sobre o testemunho de Freire Gomes é que ele, como então comandante do Exército, participou de encontros e tratativas que muitas vezes o ex-ajudante de ordens não entrava pela sensibilidade dos temas e até mesmo por uma questão de hierarquia.

    Como comandante do Exército, Freire Gomes tratava diretamente com o então ministro da Defesa, general Paulo Sérgio Nogueira, e com Jair Bolsonaro em reuniões com a presença de comandantes da Marinha, almirante Almir Garnier, e o da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do ar Carlos de Almeida Baptista Júnior.

    A avaliação da defesa de investigados é que depoimento de Freire Gomes possa trazer novos desdobramentos e até mesmo atores novos para suposta trama golpista. Além disso, acreditam que o ex-comandante do Exército possa ter sido questionado sobre a participação de cada um dos envolvidos na investigação.

    De acordo com a investigação, Freire Gomes e Baptista Junior não teriam aderido à proposta de golpe. Os dois prestaram depoimento em condição de testemunha. O ex-comandante da FAB também confirmou as reuniões para discutir a minuta de golpe, segundo fontes da PF.

    Ainda segundo as investigações, o almirante Almir Garnier teria concordado com um golpe de Estado e teria colocado suas tropas à disposição de Bolsonaro. Intimado a prestar depoimento, o ex-comandante da Marinha ficou em silêncio.