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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Indiciamento não impede Cid de concorrer a promoção, mas é demérito para se tornar coronel

    Ex-ajudante de ordens é apontado como articulador de um esquema que fraudou registro de vacina conta Covid-19

    O indiciamento do tenente-coronel Mauro Cid por participação em esquema de fraude em registro no cartão de vacina contra a Covid-19 não é o suficiente para impedir o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL) de concorrer à promoção dentro do Exército.

    Apesar disso, o caso é considerado uma “situação demeritória” que, segundo integrantes da Força, tira as chances de ele se tornar coronel neste momento.

    O ex-ajudante de ordens é apontado como o articulador de um esquema que fraudou registro de vacina contra a Covid-19.

    Nesta terça-feira (19), Cid, o ex-presidente Jair Bolsonaro e outras 15 pessoas foram indiciadas pela Polícia Federal.

    Cid só deixaria de participar da disputa por uma promoção caso fosse denunciado formalmente e se tornasse réu no inquérito.

    Sem essa condição “sub-judice”, ele segue na fila para ser elevado ao posto de coronel, mas com chances remotas visto que a análise leva em consideração o mérito e a vida militar.

    Formado na turma de 2000 da Academia Militar das Agulhas Negras, Cid tem a primeira oportunidade de concorrer a promoção no próximo dia 30 de abril.

    Depois há outras três chances: em 25 de agosto e 25 de dezembro deste ano, e em 30 de abril de 2025.

    Nas três primeiras oportunidades, a promoção ocorre por merecimento. A última é por antiguidade no posto.

    Mesmo antes do indiciamento no caso das vacinas, a possibilidade de Cid se tornar coronel era considerada improvável pela Cúpula Militar, como mostrou a CNN em fevereiro.

    Isso porque a promoção por merecimento leva em consideração a vida militar e com isso Cid leva desvantagem a outros militares sem histórico conturbado.

    Além de ser indiciado no caso da vacina, Cid também é investigado no inquérito que apura uma suposta tentativa de golpe de Estado e também no caso da venda de joias sauditas dadas de presente ao ex-presidente Bolsonaro.

    Outro ponto em desfavor de Cid é o fato de ele não ter ocupado postos de comando. Em janeiro de 2023, ele foi impedido pelo comandante do Exército, general Tomás Paiva, de assumir o 1º Batalhão de Ações e Comandos, unidade de Operações Especiais, em Goiânia (GO).

    Inicialmente, Cid foi designado para ocupar um posto administrativo na direção do Comando de Operações Terrestres (Coter), em Brasília. Porém, preso em maio justamente por causa da fraude no cartão de vacina, o tenente-coronel está afastado das funções militares.

    O ex-ajudante de ordens ficou preso por 116 dias e foi solto em setembro após assinar um acordo de colaboração premiada com Polícia Federal.