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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    General Estevam Theophilo nunca concordou com atitude golpista, diz defesa

    Ex-comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter) teria afirmado à PF que cumpriu ordens do então comandante do Exército, general Marco Antônio Freire Gomes, ao se encontrar com Bolsonaro

    A defesa do general Estevam Theophilo nega que o ex-comandante do Comando de Operações Terrestres (Coter) tenha participado de uma trama golpista com o objetivo de manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder.

    O general prestou depoimento na semana passada sobre a suposta participação na trama de um golpe de Estado. À Polícia Federal, Teophilo teria afirmado que cumpriu ordens do então comandante, general Marco Antônio Freire Gomes, ao se encontrar o com Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em dezembro de 2022.

    Em nota, a defesa diz que Teophilo “nunca cogitou, nunca participou, nunca colaborou, nunca manifestou, nunca influenciou e nunca concordou com nenhum ato ou atitude golpista”.

    O texto também afirma que o general nunca esteve exposto a nenhuma “proposta ou ordenado nenhuma ação inconstitucional, que atentasse contra o Estado Democrático de Direito”.

    A defesa destaca ainda, que em 45 anos de carreira militar, o general “sempre pautou sua conduta pela ética, hierarquia, disciplina, legalidade e constitucionalidade”.

    De acordo com as investigações, Theophilo integrava o núcleo de oficiais de alta patente que tramavam para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no poder.

    Então à frente do Comando de Operações Terrestres (Coter), o general seria o responsável por acionar militares das Forças Especiais, os chamados “kids pretos”, para garantir a concretização do golpe.

    O grupo teria a missão de prender o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), “assim que o decreto presidencial fosse assinado”, segundo investigação da PF.

    O indício de uma participação de Estevam Theóphilo é o que mais causa incômodo no Exército, visto que ele era um general na ativa na época. Até a operação da PF de 8 de fevereiro, todos oficiais de alta patentes investigados estavam na reserva e integravam o governo Bolsonaro.

    Leia a íntegra da nota da defesa:

    “Nota de esclarecimento

    Em razão das últimas notícias difundidas nos meios de comunicação, a defesa do Gen. Estevam Theophilo vem manifestar que seu Cliente nunca cogitou, nunca participou, nunca colaborou, nunca manifestou, nunca influenciou e nunca concordou com nenhum ato ou atitude golpista. Assim como, jamais lhe foi exposta, proposta ou ordenada nenhuma ação inconstitucional, que atentasse contra o Estado democrático de direito.

    Em sua carreira Militar, de 45 (quarenta e cinco) anos de dedicação ao Exército Brasileiro e à Pátria, o Gen. Estevam Theophilo sempre pautou sua conduta pela ética, hierarquia, disciplina, legalidade e constitucionalidade. Promovido a General em 2012 (dois mil e doze), foi liderado por diversos Comandantes, todos de inquestionável integridade, os quais sempre agiram e comandaram o Exército Brasileiro em defesa da Pátria e em garantia dos Poderes Constitucionais, com quem estabeleceu laços de amizade, respeito e admiração, que se mantêm até os dias de hoje.

    Por fim, a par destes esclarecimentos, deve ficar registrada a completa e total lealdade, respeito à disciplina e à hierarquia, princípios inalienáveis da profissão militar, por parte do Gen. Estevam Theophilo para com todos os seus Comandantes e Superiores Hierárquicos (Generais mais antigos, Generais Pares e Generais mais modernos), honrando suas Patentes em toda a sua trajetória militar.

    Fortaleza, 01 de março de 2024.”