Ex-comandante da Aeronáutica e Ciro Nogueira batem-boca nas redes sociais
Baptista Junior chegou a dizer que ex-comandante do Exército ameaçou prender Bolsonaro caso insistisse em uma tentativa de golpe
O ex-comandante da Força Aérea Brasileira (FAB), tenente-brigadeiro do ar Carlos Baptista Junior (na foto), rebateu nesta segunda-feira (18) o senador Ciro Nogueira (PP-PI). Após o ministro-chefe da Casa Civil de Jair Bolsonaro (PL) acusar ex-chefes militares de “prevaricação” por não denunciar uma tentativa de golpe, ou de “caluniador”, o ex-chefe da Aeronáutica disse que o político “agride as instituições.”
O bate-boca nas redes sociais é um desdobramento dos depoimentos de Baptista Júnior e do general Marco Antonio Freire Gomes, ex-comandante do Exército, à Polícia Federal. O teor das declarações se tornou público na última sexta-feira (15).
Aos investigadores, os militares confirmaram que o ex-presidente fez reuniões no Palácio do Alvorada para discutir uma tentativa de golpe. Ambos disseram, desde o primeiro momento, terem deixado claro a Bolsonaro que não topariam uma ruptura institucional.
O ex-chefe da Aeronáutica chegou a dizer que Freire Gomes ameaçou prender Bolsonaro caso insistisse em uma tentativa de golpe.
Nesta segunda-feira, Ciro Nogueira, em uma publicação nas redes sociais, sem citar os dois ex-comandantes, fez críticas aos depoimentos.
“Quer dizer que agora um chefe, dois chefes (?) de Forças Militares testemunham um Golpe de Estado e não fizeram nada?”, questionou Ciro, que é presidente do PP.
“Está absolutamente provado que há um criminoso inconteste. Ou o criminoso que cometeu prevaricação ao não denunciar ao país o “golpe” ou o caluniador que o denuncia hoje, não tendo ocorrido”, completou o senador.
Em resposta, Baptista Junior afirmou que “ao tentar apoio para as eleições de 2026, o senador Ciro Nogueira agride a instituição militar e demonstra desconhecer a lei brasileira, que estabelece que a continência militar é devida às autoridades, não às pessoas”, escreveu.
“Não há vergonha em se cumprir a lei, independente dos governos de turno, que há muito se merecem e se retroalimentam. A honra está na alma e nos exemplos, não no terno, na farda ou no pijama. Se é este o exemplo de um presidente de partido, pouca esperança resta na política”, escreveu.
Como mostrou a CNN, aliados de Bolsonaro e outros alvos da investigação apontam que a versão de ameaça de prisão é uma tentativa de tirar a suspeição de omissão e prevaricação do ex-comandante do Exército diante da suposta trama golpista.