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    Jussara Soares
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    Jussara Soares

    Em Brasília desde 2018, está sempre de olho nos bastidores do poder. Em seus 20 anos de estrada, passou por O Globo, Estadão, Época, Veja SP e UOL

    Análise: Desistência de Biden dá alento ao governo Lula

    Integrantes do governo brasileiro, reservadamente, admitiam que uma decisão sobre a continuidade do presidente americano na corrida presidencial deveria ser tomada o quanto antes

    A desistência do presidente americano Joe Biden de concorrer à reeleição neste domingo (21) é um alento para o governo Lula. Sobretudo, porque dá a chance do partido Democrata ter uma candidatura mais robusta para fazer frente ao ex-presidente Donald Trump e evitar uma vitória do republicano.

    A volta de Trump à Presidência dos Estados Unidos contrata problemas graves para as relações com o Brasil, em especial nas questões ambientais, com imigrantes e na política regional.

    Além disso, o retorno de Trump à Casa Branca favoreceria o discurso da extrema direita no mundo e fortaleceria aqui no Brasil o ex-presidente Jair Bolsonaro, de quem é aliado.

    Oficialmente, o governo brasileiro tratou a desistência de Biden como uma “questão política interna”. A orientação inicial é que não haja manifestação do Palácio do Itamaraty. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que declarou torcer por Biden, ainda mantém o silêncio.

    Fato é que o desenrolar das eleições americanas vem sendo acompanhado com acentuada preocupação por diplomatas e assessores do Palácio do Planalto desde o desastroso desempenho de Biden no debate presidencial realizado pela CNN no dia 27 de junho.

    A despeito de Lula ser considerado amigo de Biden, integrantes do governo brasileiro, reservadamente, admitiam que uma decisão sobre a continuidade do presidente americano na corrida presidencial deveria ser tomada o quanto antes. A avaliação era que a indefinição, à medida que expunha Biden ao desgaste público, favorecia Trump.

    O atentado contra o ex-presidente durante um ato de campanha na Pensilvânia, no dia 13, aumentou a apreensão sobre o resultado das eleições americanas no dia 5 de Novembro.

    Apesar disso, assessores da área internacional do governo Lula evitavam fazer projeções, alegando ainda ter mais de três meses para a votação. Também rejeitavam a comparação com a facada sofrida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na campanha de 2018.

    Agora, de maneira reservada, fontes do governo brasileiro afirmam esperar que os democratas encontrem uma candidatura viável para impedir o retorno de Trump. Embora Biden tenha apoiado sua vice Kamala Harris como candidata, a decisão cabe ao partido Democrata.

    O Palácio do Planalto, por respeito ao presidente americano, ainda aguarda um pronunciamento de Biden para avaliar uma manifestação de apoio. Ao desistir, o democrata prometeu que falará à nação ainda nesta semana com mais detalhes sobre a decisão.

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