Análise: Bolsonaro convoca ato, mas tenta se isentar de responsabilidade sobre “excessos” de apoiadores
Ex-presidente tem divulgado vídeos com recomendações para que manifestantes não levem cartazes contra autoridades
Pressionado pelo avançar das investigações da Polícia Federal (PF), o ex-presidente Jair Bolsonaro tenta se equilibrar entre a demonstração de força com apoiadores e a preocupação de não se complicar ainda mais no inquérito do Supremo Tribunal Federal (STF).
Ao convocar uma manifestação para São Paulo o ex-presidente — investigado por supostamente articular um golpe de Estado — tem divulgado vídeos com recomendações para que apoiadores não levem cartazes contra autoridades.
O objetivo, segundo aliados, é evitar que Bolsonaro seja responsabilizado por eventuais “excessos” da militância.
De acordo com interlocutores do ex-presidente, a ideia é ele deixar registrado publicamente que não está partindo dele eventuais ataques aos STF e aos ministros, em especial Alexandre de Moraes.
Bolsonaro diz que o ato “é um movimento sério, disciplinado, pacífico” e é uma “uma grande fotografia, um momento ímpar para mostrar ao mundo, de verde e amarelo, sem faixas e sem cartazes.”
Nesta sexta-feira (16), ele também pediu para que o ato se concentre apenas em São Paulo.
“Quero me dirigir às pessoas que não possam comparecer, moram muito longe, não tem meios, e é plenamente justificado. Quero apelar: não façam movimento em outros municípios. Nem de manhã, nem de tarde”, diz.