Cotada como vice de Alexandre Ramagem (PL) na disputa pela Prefeitura do Rio, a deputada estadual Tia Ju (Republicanos) acabou barrada por decisão da Igreja Universal. A denominação religiosa teria proibido líderes de disputarem cargos no Executivo.

A informação foi confirmada à CNN por integrantes da campanha de Ramagem e do Republicanos. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) chegou a procurar um membro da cúpula da igreja para tentar reverter a decisão, mas também ouviu a negativa.

Fontes ligadas à Universal ressaltam que a determinação sobre evitar cargos executivos existe desde 2022. Dentro do Republicanos, a decisão é avaliada positivamente.

Diante do cenário, restou ao PL anunciar nesta segunda-feira (5) que terá uma chapa “puro-sangue”, com a deputada estadual Índia Armelau (PL) como vice.

A decisão da Universal de proibir suas lideranças de disputarem cargos para o Executivo busca blindar a igreja de desgaste, como ocorreu com a gestão do bispo Marcelo Crivella à frente da prefeitura do Rio.

Atual deputado federal, Crivella perdeu a reeleição em 2020 ao ser derrotado por Eduardo Paes (PSD), que agora tenta um segundo mandato.

Outro exemplo citado como argumento pela igreja é o caso do atual prefeito de Goiânia, pastor Rogério Cruz. Ele foi eleito em 2020 vice na chapa de Maguito Vilela. Com a morte do prefeito, Cruz assumiu o Executivo em 2021.

Com uma administração mal avaliada e com a decisão da Universal de não ter líderes no Executivo, Rogério Cruz foi convidado a se retirar. O prefeito ingressou no Solidariedade para tentar a reeleição.

Eleita deputada estadual com 63 mil votos, Tia Ju – negra e evangélica – era considerada um nome ideal para compor a chapa com Ramagem por dialogar com o eleitorado feminino e também com as comunidades no Rio.

Segundo a CNN apurou, o nome de Tia Ju foi apresentado como opção pelo ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha, que atualmente comanda o Republicanos no Rio. Ela tinha também o aval do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para a vaga.

Antes de cogitar Tia Ju, Ramagem tentou a ex-deputada Rosane Félix, do MDB. Ela, porém, decidiu manter sua candidatura à Câmara de Vereadores.

Sem opção, Ramagem acabou indicando como vice a deputada estadual Índia Armelau, que foi eleita pela primeira vez em 2022 com 57 mil votos. A avaliação do partido é que ela tem potencial de atrair o voto das mulheres e jovens.

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