PL vive impasse interno sobre futuro de Valdemar no partido
Ala da legenda defende afastamento temporário do presidente, investigado por participação em articulação golpista junto a Bolsonaro
Integrantes do Partido Liberal (PL) seguem divididos sobre o futuro do presidente do partido. Valdemar Costa Neto, nome histórico da legenda, é um dos alvos da investigação que apura a existência de uma articulação golpista, com participação do ex-presidente Jair Bolsonaro, para invalidar as eleições de 2022.
Para uma ala da sigla a decisão do ministro do STF, Alexandre de Moraes, que impede o contato entre investigados, cercou os principais articuladores das eleições municipais deste ano: além de Costa neto, Jair Bolsonaro e Walter Braga Netto, um dos coordenadores das campanhas.
O receio é que o bloqueio na comunicação possa atrapalhar os trabalhos estratégicos em um momento crucial, que inclui a análise de pesquisas sobre pré-candidatos e as negociações de apoio com partidos.
Costa Neto é o responsável pela contratação de institutos que já estão fazendo levantamentos sobre os perfis dos pré-candidatos. É também quem analisa e repassa os resultados para Bolsonaro.
Diante dos fatos, há que defenda o comando dos trabalhos seja transferido para outro representante. Os nomes de Altineu Cortes, líder da legenda da Câmara dos Deputados e do senador Flávio Bolsonaro são bem avaliados para a função.
Para justificar o afastamento, Costa Neto sairia de licença do cargo por tempo determinado.
O entorno do atual presidente da sigla, no entanto, diverge da estratégia e defende que o afastamento poderia passar uma impressão ainda maior de fragilidade para o grupo. Afinal, o nome maior do grupo chegou a ficar preso por dois dias, no último fim de semana, por posse ilegal de arma de fogo e pela apreensão de uma pepita de ouro sem lastro.
No centro das discussões está uma meta ambiciosa para 2024: lançar 3 mil candidatos às prefeituras do país e ultrapassar a barreira de mil cidades governadas pelos liberais.