“Confio no judiciário”, diz Nunes sobre operação que mira Bolsonaro e aliados
Prefeito de SP comentou a operação da Polícia Federal contra ex-presidentes e autoridades que teriam articulado um plano de golpe de Estado em 2022
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), afirmou confiar no trabalho das instituições democráticas e do Judiciário ao comentar a operação da Polícia Federal (PF) que mirou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados na última semana.
Destoando de políticos que preferiram adotar o silêncio sobre o caso, Nunes defendeu ainda o princípio de presunção de inocência de investigados.
“A Constituição Federal é o guardião da democracia e nela está claro o princípio da presunção de inocência. Defendo e confio nas instituições democráticas, bem como confiança no Judiciário. Investigados devem ser ouvidos e a Justiça, fazer o seu papel, de julgar com base nas evidências e provas”, afirmou o emedebista à CNN.
Nunes conta com o apoio do PL na campanha de reeleição à Prefeitura de São Paulo. O partido passou a ser investigado pela Polícia Federal (PF) como estrutura financiadora de uma articulação golpista contra o resultado das eleições de 2022.
Valdemar Costa Neto, presidente do partido, também está na mira da PF. O PL foi procurado e a CNN aguarda uma resposta.
Os impactos da operação policial sobre a campanha da capital paulista preocupa o entorno de Nunes. Principal adversário de Nunes, o deputado e pré-candidato Guilherme Boulos (PSOL) usou as redes sociais para associar Nunes a Valdemar Costa Neto e Bolsonaro.
Cálculo de prejuízos
Internamente, integrantes dos partidos que apoiam Nunes já fizeram chegar à campanha do emedebista a necessidade de calcular, de forma imediata, os impactos da operação da PF sobre os cotados para vice na chapa da reeleição.
O prefeito chegou a receber do presidente da legenda, Valdemar Costa Neto, uma lista com sugestões para a dobradinha. No entanto, o nome preferido de Bolsonaro – coronel Ricardo Mello Araújo – não agradou agradou a base aliada.
Aliados de Nunes acreditam que um nome bolsonarista poderia afastar o grupo de eleitores indecisos e facilitar o caminho de conquista do adversário do PSOl. A avaliação tem como base a vitória de Lula na capital paulista em 2022.
De maneira reservada, PP, PSD e Republicanos passaram a reclamar também sobre terem sido escanteados da articulação com o MDB. De acordo com fontes dos partidos, a investida da polícia contra bolsonaristas abriu um caminho para que novos cotados ganhem a atenção do emedebista.