Ratinho Jr, Caiado e Jorginho Melo saem com maior número de prefeituras de aliados
Helder Barbalho e Tarcísio de Freitas completam lista dos 5 governadores com mais correligionários vencedores nas urnas
Os governadores do Paraná, Ratinho Jr (PSD); de Goiás, Ronaldo Caiado (União); e de Santa Catarina, Jorginho Melo (PL), chegam ao fim das eleições municipais com o maior número absoluto de prefeituras vencidas por correligionários nos respectivos estados. Ao lado de Helder Barbalho (MDB) no Pará, esses chefes de Executivos estaduais também estão em partidos que mais vão comandar cidades nesses territórios.
O levantamento da CNN considera o número total de prefeituras com resultado oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) – em todo o país, ainda há cidades que esperam julgamento final de impugnações de candidaturas, o que pode alterar na margem os dados. Esses números ajudam a avaliar a força dos governadores em seus territórios, as alianças costuradas com vistas às próximas eleições e o poder de barganha para as futuras articulações.
Na lista, Ratinho Jr desponta como o único que elegeu mais de 100 prefeitos do próprio partido: com 164 cidades, o PSD vai governar 41% dos municípios paranaenses, incluindo a capital, Curitiba, vencida no segundo turno com Eduardo Pimentel.
Na sequência, Ronaldo Caiado emplacou 95 de 246 prefeituras goianas, ou 39% do total. O governador também viu o correligionário Sandro Mabel vencer em Goiânia contra Fred Rodrigues (PL), em um embate direto contra um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro.
Em Santa Catarina, Jorginho Melo terá 90 prefeitos filiados ao PL, 31% dos municípios do estado. Na capital, apoiou a reeleição de Topázio Neto (PSD), vencedor já em primeiro turno, e há especulações se o prefeito pode migrar para a sigla do governador.
No Pará, Helder Barbalho não só conseguiu eleger o futuro prefeito de Belém – o ex-secretário Igor Normando, que se filiou ao MDB para a disputa no início do ano –, como emplacou os prefeitos de quase 6 em cada 10 cidades paraenses. Ao todo, são 85 prefeituras, ou 59% do total.
Completa o top 5 dessa lista o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, cujo Republicanos elegeu 82 prefeitos, o equivalente a 13% do total de 645 municípios paulistas. Com isso, a sigla ficou na terceira posição no estado, atrás de PSD (205 cidades, ou 32%) e PL (104 cidades, ou 16%). Em compensação, Tarcísio foi o principal fiador da reeleição de Ricardo Nunes (MDB) na capital.
O governador de um partido de esquerda mais bem posicionado é João Azevêdo (PSB), com 69 correligionários eleitos em cidades da Paraíba (31% do total). Ele também apoiou a reeleição de Cícero Lucena (PP) no segundo turno em João Pessoa.
Entre os governadores do PT, dois conseguiram eleger 50 prefeitos – Jerônimo Rodrigues, na Bahia (12% do total), e Rafael Fonteles, no Piauí (22% do total). Ambos, porém, não foram bem-sucedidos nas respectivas capitais: o PT nem sequer lançou candidato em Salvador e perdeu para Sílvio Mendes (União) em Teresina.
Com isso, o cearense Elmano de Freitas, embora elegendo 47 prefeitos, pode colher um trunfo político mais robusto, ao emplacar o PT na única capital conquistada em 2024, Fortaleza, e ter a maior proporção de futuros gestores municipais do estado, com 26%.
Vale destacar ainda o desempenho dos três governadores do PSDB, dos quais apenas Eduardo Riedel, no Mato Grosso do Sul, conseguiu apoiar mais da metade dos eleitos (44 prefeitos, ou 56% do total) e se aliou no segundo turno à reeleita Adriane Lopes (PP) em Campo Grande.
Em Pernambuco, Raquel Lyra viu o PSDB vencer em 30 cidades, 16% do total, das quais duas foram as disputadas no segundo turno contra aliados do PSB de João Campos, prefeito reeleito do Recife e virtual adversário na disputa pelo Palácio do Campo das Princesas em 2026.