Relatório da PF aponta viagem aos EUA como parte de plano golpista
Documento com 884 páginas, sob sigilo, destaca Bolsonaro como "líder da organização criminosa"
O relatório da Polícia Federal (PF) entregue nesta quinta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF) aponta que a viagem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) aos Estados Unidos, às vésperas da posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), fazia parte de uma trama golpista.
Segundo a CNN apurou com agentes da investigação, o documento de 884 páginas aponta que a estratégia era esperar no exterior uma tentativa de tomada de poder, evitando assim uma vinculação diretamente com as ações. Ao todo, 37 pessoas foram indiciadas, incluindo Bolsonaro.
Entre outros pontos, a conclusão se baseia na transferência de recursos bancários do Brasil aos Estados Unidos com a intenção de evitar decisões judiciais que congelassem os recursos diante de uma reação do Judiciário.
Bolsonaro viajou aos Estados Unidos em 30 de dezembro de 2022. No dia 8 de janeiro de 2023, houve a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes.
A tese já foi negada por Bolsonaro. Ele afirma que não tinha conhecimento ou não consentiu com nenhuma tentativa de golpe. Ainda assim, a PF aponta que ele seria “líder da organização criminosa”.
O relatório, ainda em segredo judicial, também conclui que o ex-presidente “permeou por todos os núcleos” da organização criminosa apontada pela investigação e que “o objetivo da organização criminosa era manter Bolsonaro no poder”.
Em postagem nas redes sociais, o ex-presidente afirmou que o ministro Alexandre de Moraes “tem uma assessoria bastante criativa e faz tudo o que não diz a lei”.
“Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a Procuradoria-Geral da República. É na PGR que começa a luta”, acrescentou.
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