PF faz busca e apreensão na casa de Cid
Tenente-coronel voltou a ser preso nesta sexta-feira (22) após prestar depoimento no STF sobre áudios vazados em que ele critica Alexandre de Moraes e a Polícia Federal
A Polícia Federal (PF) cumpre mandado de busca e apreensão na casa do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL). A rua da residência dele foi isolada (na foto acima) para o cumprimento do mandado.
O militar foi preso novamente nesta sexta-feira (22) após prestar depoimento no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre áudios vazados em que ele critica o ministro Alexandre de Moraes e a PF.
Segundo apurou a CNN, após a decisão de prisão do militar, Cid teve tontura, desmaiou e foi atendido por uma equipe médica da Suprema Corte.
Após o término da audiência de confirmação dos termos da colaboração premida, que durou cerca de uma hora e meia, foi expedido o mandado de prisão preventiva, expedido por Moraes, por descumprimento das medidas cautelares e por obstrução à Justiça.
“Queriam que eu falasse coisa que eu não sei”
Os áudios, que foram publicados pela revista “Veja”, indicam que Mauro Cid teria afirmado a um interlocutor que os policiais, ao interrogá-lo, queriam que ele falasse coisas que não aconteceram.
“Eles (os policiais) queriam que eu falasse coisa que eu não sei, que não aconteceu”, teria dito Mauro Cid em uma mensagem de áudio enviada, segundo a revista, a um amigo.
A conversa, afirma a revista, teria durado mais de uma hora. “Eles estão com a narrativa pronta. Eles não queriam saber a verdade, eles queriam só que eu confirmasse a narrativa deles. Entendeu?”, teria dito o militar ao amigo.
“Sentença pronta”
Sobre Alexandre de Moraes, a “Veja” informou que Cid fez uma série de considerações sobre a condução do processo. “O Alexandre de Moraes já tem a sentença dele pronta”, teria afirmado.
Os áudios teriam sido gravados após o último depoimento de Cid à PF, em 11 de março.
Cid é considerado uma das principais peças da apuração sobre a possível tentativa de golpe encabeçada por Bolsonaro, integrantes de seu governo e aliados. O STF homologou o acordo de delação do ex-ajudante de ordens em 9 de setembro de 2023.
Como a delação está em andamento, o STF mantém sob sigilo o acordo. Cid já prestou sete depoimentos à PF. O último durou aproximadamente oito horas.
*Colaborou Renata Souza, da CNN, em São Paulo