PSDB abre processo de expulsão contra tucano crítico à candidatura de Datena
Conselho de ética da legenda nomeará um relator para analisar as representações e emitir um parecer sobre o caso envolvendo Fernando Alfredo
O diretório municipal do PSDB decidiu nesta quarta-feira (31) pela admissibilidade das representações contra o ex-dirigente da legenda Fernando Alfredo.
O conselho de ética da legenda nomeará um relator para analisar as representações e emitir um parecer sobre o caso.
Pelo regimento do PSDB, a decisão caberá à executiva municipal, cabendo recurso ao diretório estadual da sigla.
Alfredo é contra a candidatura municipal de José Luiz Datena e se envolveu em um protesto no último sábado (27), durante a convenção da legenda para confirmar o apresentador na disputa pela prefeitura.
Duas acusações foram apresentadas. Uma outra por insinuação considerada homofóbica e outra por infidelidade partidária.
A primeira tem relação com mensagem em um grupo de WhatsApp. Alfredo teria afirmado que uma máscara rosa seria uma homenagem ao colega de partido, Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul.
A representação destaca que o estatuto do partido defende o respeito ao pluralismo e às diferentes orientações sexuais e identidades de gênero.
O segundo documento alega que Alfredo “se recusou a cumprir as medidas de transição” quando deixou o comando da agremiação em São Paulo.
Procurado pela CNN, Alfredo ressaltou que não foi intimado das representações e que não teve acesso ou conhecimento sobre qualquer processo disciplinar.
“Uma decisão nesse âmbito além de injusta e ilegítima seria nula de pleno direito”, afirmou, acrescentando que espera que o rito de tramitação seja cumprido da maneira prevista no estatuto do partido.
O tucano negou que tenha feito qualquer insinuação de cunho homofóbico e lembrou que sempre foi defensor do pluralismo de gênero durante a sua carreira política.
E também negou que tenha tentado atrapalhar a transição no partido, já que atendeu a decisão judicial.
O advogado do PSDB em São Paulo, Guilherme Ruiz Neto, afirmou que as alegações apresentadas são, na visão dele, “de extrema gravidade” e, caso confirmadas, “poderão resultar em expulsão”.