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    Uribe tem duas paixões: política e café. Cobriu 4 presidentes e 4 eleições presidenciais. E acorda todo dia às 5h da manhã para trazer em primeira mão os bastidores do poder

    Análise: Apagão e estratégia pelo voto de Marçal marcam embate entre Nunes e Boulos

    Debate teve troca de acusações e até abraço entre os dois candidatos

    O apagão que ainda afeta 340 mil domicílios protagonizou, nesta segunda-feira (14), o primeiro debate do segundo turno em São Paulo.

    O tema foi mencionado já no primeiro bloco do debate da TV Bandeirantes, de confronto direto entre Ricardo Nunes (MDB) e Guilherme Boulos (PSOL).

    Boulos acusou Nunes de ser responsável pela falta de energia em São Paulo por falta de zeladoria na poda das árvores da capital paulista.

    O deputado federal também prometeu que, caso seja eleito prefeito, cassará a concessão da Enel, empresa que detém a concessão de energia.

    Como resposta, Nunes se solidarizou com quem teve prejuízos com o apagão e acusou o governo federal de não ter atuado pela rescisão do contrato da empresa.

    “É inaceitável o que a Enel tem feito por São Paulo. E que o governo federal não tenha feito nada, porque eu pedi a rescisão do contrato”, disse.

    Boulos acusou Nunes de não assumir responsabilidade pela falta de energia em São Paulo.

    O parlamentar afirmou que a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), responsável pela fiscalização no segmento de energia, é comandada por indicados de Jair Bolsonaro, aliado político de Nunes.

    “Não é feio assumir um erro. Você errou, Ricardo, não faz o elementar, que é a poda das árvores”, criticou o deputado federal.

    No debate sobre o apagão, Boulos tentou polarizar o tema entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro. O prefeito, no entanto, como tem feito desde o primeiro turno, evitou nacionalizar a disputa municipal.

    Em busca do eleitorado de Pablo Marçal (PRTB), terceiro colocado no primeiro turno, Boulos repetiu mais de uma vez que a candidatura dele é a que representa a mudança.

    E, em busca do eleitorado empreendedor, que se identifica com Marçal, prometeu que motoristas de aplicativo ficarão isentos do rodízio de carros.

    Já Nunes fazia questão de salientar que Boulos representa bandeiras de esquerda, que seriam contraditórias às convicções dos eleitores de Marçal.

    O tema da corrupção também alimentou troca de farpas entre Nunes e Boulos.

    O parlamentar desafiou o prefeito a tirar o sigilo de suas contas bancárias. Nunes, porém, tergiversou e evitou se comprometer sobre a exposição de seus rendimentos.

    Apesar de momentos de tensão, o debate eleitoral foi menos agressivo do que os do primeiro turno, com as participações de Pablo Marçal e José Luiz Datena.

    Em busca da transferência de votos, Boulos lembrou que recebeu os apoios de Tabata Amaral (PSB) e José Luiz Datena (PSDB).

    E Nunes reafirmou a parceria com o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas, evitando citar Jair Bolsonaro.

    O formato do debate eleitoral permitiu a aproximação entre os dois candidatos, o que gerou um momento inusitado.

    Inicialmente acuado, Nunes disse que não se sentia ameaçado por Boulos e chegou a abraçá-lo na tentativa de quebrar o gelo.

    O formato favoreceu Boulos, que aproveitava a câmera aberta para, com gestos de mão e cabeça, rebater o prefeito.

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