Contenção quer reduzir gasto em benefícios que saltaram até 49% em um ano
Pente-fino do governo tem analisado com lupa o crescimento vertiginoso na concessão de alguns benefícios e programas previdenciários
O bloqueio de R$ 11,2 bilhões em gastos anunciado pela equipe econômica deve afetar parte dos benefícios e programas previdenciários. O pente-fino do governo tem analisado com lupa o aumento do número das despesas em várias linhas do Orçamento.
O auxílio-doença é um dos tópicos que mais chama atenção. O número de beneficiários saltou 49% em um ano e atualmente 1,622 milhão de pessoas recebem o benefício pago pela Previdência Social, conforme dados de maio de 2024. Em dois anos, a alta chega a 75%.
Com esse aumento, o auxílio-doença já responde por 4,8% de todos os beneficiários do Regime Geral de Previdência Social, o RGPS. Um ano antes, em maio de 2023, a fatia era de 2,9% dos beneficiários.
Se há mais gente recebendo o benefício, o gasto também subiu. Em maio de 2024, a Previdência destinou cerca de R$ 4,2 bilhões para o pagamento desse auxílio. O valor é 75% maior que o registrado um ano antes, quando a conta somou aproximadamente R$ 2,3 bilhões.
O Benefício de Prestação Continuada (BPC) pago a portador de deficiência é outra linha que chama atenção. O número de beneficiados saltou 15,2% em 12 meses e acumula alta de 27% em dois anos.
O ritmo é muito maior que o aumento total de benefícios previdenciários e acidentários, de 4,3% em um ano e 7% em 24 meses.
Entre as demais linhas do RGPS que têm crescimento acima da média, estão o BPC Idoso, com alta anual de 9,4%, e o auxílio-acidente pago pela Previdência, com alta de 5,3%.