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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    Justiça aprova pedido de recuperação judicial do supermercado Dia

    Dívida soma R$ 1,1 bilhão e cerca de 90% do endividamento tem origem nos fornecedores, mas compromissos foram repassados a bancos

    A Justiça de São Paulo acatou o pedido de recuperação judicial do supermercado Dia. A decisão foi assinada pelo juiz Adler Batista Oliveira Nobre e cita que os documentos entregues são adequados para o processo de recuperação judicial.

    “O pedido está em termos para ter o seu processamento deferido verificando-se a possibilidade de superação da crise econômico-financeira das devedoras”, cita a decisão expedida nesta sexta-feira.

    Oliveira Nobre decidiu que o Dia passa a ter como administrador judicial a empresa Expertisemais Serviços Contábeis e Administrativos, que tem sede em São Paulo.

    Na documentação, a varejista cita que a dívida da empresa soma R$ 1,1 bilhão. Desses recursos, cerca de 90% tem origem nos fornecedores. Essa conta, porém, já foi paga por bancos. E, por isso, a dívida agora é do Dia com o sistema bancário.

    “As instituições financeiras contratadas pelo Dia antecipam os pagamentos desses fornecedores para receber do Dia a prazo, mediante cobrança de uma taxa”, cita o documento. Ao todo, são R$ 986,6 milhões nessas operações.

    O problema com os bancos é muito superior ao visto entre os demais credores: R$ 48,9 milhões são devidos a microempresas e fornecedores de pequeno porte e outros R$ 45,8 milhões são compromissos trabalhistas.

    No documento entregue à Justiça, o Dia diz que a crise financeira é resultado de uma série de problemas que se acumulam desde 2021. Entre eles, a empresa cita a inflação de alimentos, forte concorrência do “atacarejo” — de marcas como Assaí e Atacadão — e a guerra de preços entre varejistas para atrair clientes.