G20 financeiro começa em SP e Brasil quer colocar desigualdade no centro da agenda
Argumento brasileiro é que a desigualdade cresceu nos últimos anos em todo o planeta e os indicadores retrocederam ao nível visto no início do século XX em termos de concentração de renda e riqueza
São Paulo é a capital mundial da decisão econômica até amanhã. Nas próximas 48 horas, os ministros de economia e presidentes de bancos centrais das 20 maiores potências econômicas do mundo se reúnem na capital paulista na primeira reunião financeira do G20. E a presidência brasileira quer colocar a desigualdade no centro do debate.
Na primeira reunião do dia, o Brasil escolheu como tema central a “desigualdade de renda e suas implicações macroeconômicas”. O argumento brasileiro é que a desigualdade cresceu nos últimos anos em todo o planeta e os indicadores retrocederam ao nível visto no início do século XX em termos de concentração de renda e riqueza. A pandemia piorou muito o quadro desde 2020.
“Queremos colocar as questões que estão sendo colocadas pelos ministros e quais as implicações para as políticas (nacionais). Quais as políticas estão sendo bem-sucedidas?”, questionou a embaixadora Tatiana Rosito, coordenadora do grupo de finanças do G20 e secretária de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda.
A embaixadora disse que as desigualdades existem para além da área econômica, como em gênero e raça. “Vamos ver o peso que os países dão a esse tema, quais medidas são adotadas e como isso pode nos ajudar”, disse.
À tarde, haverá uma segunda sessão sobre a economia global. Nesse caso, são discutidas perspectivas de crescimento, inflação, emprego e taxa de juros, entre outros temas, dos países do G20. “E, em conjunto, discutimos como o grupo pode ampliar a coordenação para impulsionar o crescimento”, explicou a embaixadora.