Dois números para entender o derretimento das ações da Petrobras
Ações despencam mais de 10% com reação negativa do investidor à queda do pagamento de dividendos e aumento dos investimentos
As ações da Petrobras derretem nesta sexta-feira (8) e dois números estão por trás do clima de quase pânico dos investidores: queda do lucro compartilhado com os investidores e aumento dos investimentos.
O primeiro dado diz respeito aos dividendos sugeridos pela empresa. A estatal detalhou na noite de quinta-feira (7) a proposta de pagamento de R$ 72,4 bilhões em dividendos relativos ao ano de 2023.
O valor representa queda de 66% na comparação com o visto um ano antes, quando a estatal repassou aos acionistas – inclusive o governo federal – o recorde histórico de R$ 215,7 bilhões na partilha do lucro.
Analistas esperavam um valor maior, mas a estatal optou pelo valor mais magro – o que está diretamente relacionado com o outro número que explica a sexta de pânico das ações da Petrobras.
O presidente da empresa, Jean Paul Prates, diz que a mudança da política de pagamento de dividendos tem como objetivo reforçar a política de investimentos da companhia.
Em 2023, o investimento total em reais subiu 41% na comparação com o ano anterior, para o equivalente a R$ 62 bilhões.
O valor deve crescer ainda mais nos anos seguintes, já que Prates tem defendido uma política de expansão das atividades com investimentos em outras áreas para a transição energética da Petrobras.
Na economia, investir é um sinal positivo de confiança com o futuro e indicador de aumento da capacidade de produção.
Analistas, porém, estão receosos com o plano da Petrobras, especialmente diante de iniciativas anteriores fracassadas e que geraram prejuízos bilionários à companhia.