BC de Bolsonaro diminui ritmo do corte da Selic; BC de Lula queria redução maior
De um lado, cinco votos indicados pelo governo Jair Bolsonaro; do outro, quatro indicados por Luiz Inácio Lula da Silva
O Comitê de Política Monetária (Copom) nunca esteve tão político – e dividido. A redução do ritmo do corte de juros anunciada na noite desta quarta-feira (8) aconteceu com placar rachado.
De um lado, cinco votos indicados pelo governo Jair Bolsonaro. Do outro, quatro indicados por Luiz Inácio Lula da Silva. Venceu a tese de que é preciso ter cautela com redução menos intensa dos juros.
Os que votaram pelo corte menos intenso, de 0,25 ponto, estão mais preocupados com o cenário internacional e a mudança da meta fiscal no Brasil. Por isso, defendem uma ação mais cautelosa, e que talvez seja preciso mais juros para ancorar as expectativas de inflação.
Nesse grupo, estão o presidente do BC, Roberto Campos Neto, além dos diretores Carolina de Assis Barros, Diogo Guillen, Otávio Damaso e Renato de Brito Gomes. Os cinco nomes foram indicados pelo governo anterior.
Os que votaram por um corte mais forte, de 0,50 ponto, reconhecem a mudança do cenário fiscal e o ambiente externo mais adverso. Mesmo assim, acreditam que é possível incentivar a economia brasileira com menos juros sem prejuízo à evolução da inflação.
Nesse grupo, estão Ailton de Aquino, Gabriel Galípolo, Paulo Picchetti e Rodrigo Alves Teixeira. Todos esses nomes foram indicados pelo atual governo – e Galípolo, inclusive, é citado como possível substituto de Campos Neto.