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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    Azul e Gol anunciam compartilhamento de voos e programas de pontos

    Acordo só vale em rotas em que as duas empresas não concorrem; setor especula sobre eventual fusão das empresas

    As companhias aéreas Azul e Gol anunciaram um acordo de compartilhamento de voos nas rotas domésticas. Com isso, um passageiro poderá comprar uma passagem em uma empresa e voar no avião da outra companhia. Nessas rotas, também será possível escolher em qual dos programas de fidelidade o passageiro vai acumular pontos.

    O acordo – chamado de codeshare no setor – só trata das rotas domésticas exclusivas, aquelas em que apenas uma das duas aéreas opera. Em trechos em que as duas concorrem, não haverá compartilhamento de voos.

    Entre as rotas em que Azul e Gol são concorrentes, está a mais rentável dos trechos domésticos: o voo entre Congonhas, em São Paulo, e Santos-Dumont, no Rio de Janeiro.

    Azul e Gol, que está em processo de recuperação judicial nos Estados Unidos, não detalharam quais as rotas serão incluídas no processo de compartilhamento entre as concorrentes.

    Em nota à imprensa, as companhias citam, apenas, que “clientes terão à disposição centenas de novas rotas domésticas, além de oportunidades mais convenientes de conexão”.

    Juntas, as duas empresas têm cerca de 1.500 voos diários. Com o acordo, as aéreas citam que serão “criadas mais de 2.700 oportunidades de viagens com apenas uma conexão”.

    Os voos compartilhados devem começar a ser vendidos pelas duas empresas no fim de junho.

    A Azul concentra voos a partir dos aeroportos de Viracopos (Campinas, SP), Confins (Belo Horizonte, MG) e Recife (PE). Já a Gol tem os aeroportos de Guarulhos e Congonhas (SP), além de Brasília (DF).

    Primeiro passo para a fusão?

    A Gol tenta se reorganizar financeiramente no processo de recuperação judicial nos EUA. A situação mais frágil da empresa gerou uma série de rumores sobre o suposto interesse da Azul em comprar o controle da concorrente Gol.

    Oficialmente, não há nada concreto sobre uma fusão ou compra, mas executivos do setor não descartam a possibilidade. A Azul sempre encarou a compra de concorrentes como uma maneira se consolidar como a maior aérea brasileira.

    Em 2020, durante a pandemia, Azul e Latam anunciaram acordo de compartilhamento semelhante ao anunciado agora com a Gol. Na época, também existiram rumores sobre uma suposta compra da Latam pela Azul. Mas as conversas não avançaram, e codeshare foi desfeito meses depois.

    Por se tratar de um acordo comercial sem mudança na composição acionária, o acordo não precisa passar pela aprovação de órgãos de defesa do consumidor, como o Cade.