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    Fernando Nakagawa
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    Fernando Nakagawa

    Repórter econômico desde 2000. Ex-Estadão, Folha de S.Paulo, Valor Econômico e Gazeta Mercantil. Paulistano, mas já morou em Brasília, Londres e Madri

    Aéreas venderam 4 mi de passagens no preço do Voa Brasil em 2023

    Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) diz que 14,2% de todas as passagens foram vendidas na faixa do programa prometido para março

    As companhias aéreas brasileiras venderam 4 milhões de bilhetes aéreos com valor de até R$ 200 no ano passado. O número indica que as companhias prometem ao governo oferecer um milhão de novos assentos nessa faixa de preço prometida no programa “Voa Brasil”.

    Dados divulgado pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) mostram que 14,2% de todas as passagens vendidas no ano passado foram emitidas com até R$ 200. A oferta desses preços menores cresceu, já que no ano anterior 10,4% dos bilhetes foram oferecidos nessa faixa.

    Recentemente, em entrevista à CNN, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, disse que o Voa Brasil sairá do papel em março e terá 5 milhões de bilhetes aéreos de R$ 200.

    O início dessa iniciativa foi adiado diversas vezes diante de impasses entre companhias aéreas e visões distintas dentro do próprio governo. Agora, o Executivo volta a acenar com iniciativas para tentar reduzir o preço dos bilhetes aéreos.

    Nesta segunda (26), o ministro disse que as aéreas apresentaram planos de aumento da frota em 41 aviões com o apoio do governo federal, que promete criar um fundo garantidor de financiamento – o que facilita o acesso a crédito.

    Em reunião com Costa Filho, a Azul indicou que pretende adicionar 16 aeronaves à frota. A Latam citou planos para 15 novos aviões e a Gol — em recuperação judicial nos Estados Unidos, outros dez.

    Há, porém, um grave obstáculo a esse plano: não há aviões disponíveis.

    Relatório recente do banco de investimento norte-americano Jefferies revelou que as grandes fabricantes de aviões têm pedidos na carteira que já somam 12.720 unidades. São 12.720 aviões à espera de serem produzidos e entregues.

    A grande demanda é explicada pelo rápido crescimento do mercado aéreo após a pandemia e, ao mesmo tempo, pelos problemas na fabricação da Boeing, que tem atrasado a fabricação dos jatos.

    O mercado de aeronaves de média e alta capacidade — como os usados nas rotas domésticas — é praticamente um duopólio global entre os americanos da Boeing e os europeus da Airbus.

    A oferta de fabricantes menores, como a brasileira Embraer, ou entrantes, como a chinesa Comac, é reduzida e insuficiente para aumentar a capacidade de transporte das aéreas.