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    Débora Oliveira
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    Débora Oliveira

    Certificada pelo Programa B3 de Formação Continuada em Mercado de Capitais para jornalistas com atuação em grandes emissoras, como SBT, Band e RedeTV, e analista de economia sem economês

    Brasil lidera queda de dividendos entre principais mercados enquanto pagamentos globais atingem recorde

    Corte nos dividendos da Petrobras tirou a estatal da lista das maiores pagadoras de dividendos do mundo

    O Brasil foi o país que teve o pior desempenho em 2023 no índice global da Janus Henderson, com uma queda de dois quintos nos pagamentos.

    A maior queda nos pagamentos veio da Petrobras, que distribuiu US$ 10 bilhões a menos para seus acionistas em 2023 em relação ao ano anterior, enquanto a mineradora Vale reduziu sua distribuição em US$ 1,2 bilhão.

    Houve também um pequeno corte nos dividendos da Ambev. Essas reduções ofuscaram o forte crescimento dos bancos brasileiros. Com isso, o Brasil impediu um desempenho ainda mais forte da América Latina e registrou a maior queda nos dividendos de todos os principais mercados.

    Os dados são da 41ª edição do Índice Global de Dividendos da gestora britânica, que tem cerca de US$ 335 bilhões em ativos sob gestão. O relatório analisa trimestralmente as 1.200 maiores empresas do mundo por capitalização de mercado, que representam 90% dos dividendos pagos globalmente.

    No geral, 86% das empresas aumentaram ou mantiveram os dividendos. Mas foram os cortes de cinco grandes empresas que causaram um impacto desproporcional nos dados gerais: BHP, Petrobras, Rio Tinto, Intel e AT&T. Juntas, elas reduziram a taxa de crescimento global subjacente do ano em dois pontos percentuais.

    EUA foram maiores pagadores

    Do ponto de vista geográfico, os EUA, a França, a Alemanha, a Itália, o Canadá, o México e a Indonésia foram apenas alguns dos 22 países que registraram pagamentos recordes em 2023. O Japão também foi um dos principais contribuintes, embora o iene fraco tenha mascarado parte da força demonstrada por 91% de suas empresas.

    Mas os resultados nos Estados Unidos atingiram um novo recorde de US$ 602,1 bilhões em 2023, um aumento de 5,1% numa base subjacente, em linha com a média global. Os dividendos americanos têm crescido todos os anos desde 2011, mesmo durante a pandemia, e são agora três vezes maiores do que em 2010.

    O crescimento dos dividendos nos EUA tem sido aproximadamente duas vezes mais rápido que o do resto do mundo desde logo após a crise financeira global, após ajuste às taxas de câmbio e alterações ao nosso índice.

    Melhora do setor bancário

    Os bancos, principalmente dos mercados emergentes, entregaram pagamentos recordes em 2023 e contribuíram com metade do crescimento de dividendos do mundo, devido ao ambiente de taxas de juros mais altas, o que permitiu que muitos bancos aumentassem suas margens.

    Isso compensou as quedas das empresas de commodities e, no total, os dividendos globais acabaram registrando um recorde de US$ 1,66 trilhão em 2023, o equivalente a um aumento de 5,0% em uma base subjacente.

    O HSBC foi quem registrou o maior aumento entre todas as empresas, não apenas os bancos, ao restaurar um calendário trimestral completo de pagamentos, ficando entre os três maiores bancos pagadores de dividendos do mundo, juntamente com o China Construction Bank e o JP Morgan.

    Estes três representam um sexto dos dividendos bancários mundiais.

    Maiores pagadoras de dividendos do mundo

    A Microsoft recuperou a posição de maior pagadora global de dividendos no ano. Coletivamente, o setor da tecnologia ainda foi o determinante mais importante para o aumento dos dividendos nos EUA em 2023. Veja a lista das maiores pagadoras de dividendos do mundo:

    • Microsoft Corporation – EUA – US$ 20,74 bilhões
    • Apple Inc – EUA – US$ 14,90 bilhões
    • Exxon Mobil – EUA -US$ 14,79 bilhões
    • China Construction Bank – China- US$ 12,99 bilhões
    • PetroChina – China – US$ 12,75 bilhões
    • BHP Group -Austrália- US$ 12,30 bilhões
    • China Mobile Limited – China – US$ 12,14 bilhões
    • Johnson & Johnson – EUA – US$ 11,99 bilhões
    • JPMorgan Chase & Co – EUA – US$ 11,81 bilhões
    • A.P. Moller – Maersk AS – Dinamarca- US$ 11,73 bilhões

    Previsão para 2024

    A Janus Henderson espera que em 2024 se estabeleça outro novo recorde no pagamento de dividendos globais, na casa de US$ 1,72 trilhão, mesmo que uma provável queda nos proventos especiais não recorrentes reduza a taxa de crescimento nominal.

    O Janus Henderson Global Dividend Index (JHGDI) é um estudo de longo prazo sobre as tendências de dividendos globalmente e mede o progresso das empresas globais no pagamento aos investidores de um rendimento sobre o respectivo capital e usa 2009 como ano de base.