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    Débora Bergamasco
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    Débora Bergamasco

    Débora Bergamasco é jornalista, com passagem pelas redações de Estadão, Folha, O Globo, Época, Istoé e SBT

    Reunião ministerial: Nísia Trindade municia Lula com programa para mais acesso a médicos especialistas

    Prevista para durar oito horas, todos os ministros poderão falar; presidente fará freio de arrumação

    A ministra da Saúde, Nísia Trindade, hoje uma das mais pressionadas do governo e com o cargo cobiçado pelo Centrão, leva para a reunião ministerial com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), nesta segunda-feira (18), um cardápio com algumas boas notícias para que o chefe possa anunciar em breve.

    A principal delas é um programa, em fase final de organização, que, se der certo, pode ajudar Lula a cumprir uma de suas principais promessas de campanha: o acesso mais ágil a médico especialista pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

    A reunião está prevista para começar às 9h e terminar até 17h, no Palácio do Planalto. Todos os ministros terão tempo de fala. Lula quer uma espécie de prestação de contas do que foi feito até agora em cada pasta e indicações de bondades que ele possa anunciar.

    Se for questionada, Nísia vai explicar que o programa – chamado internamente de Brasil Bem Cuidado – está quase pronto.

    Ele deve funcionar, grosso modo, assim: o paciente que for atendido pelo clínico geral no SUS e precisar de um especialista, em vez de ir para a fila comum até conseguir nova consulta, aguarda o clínico fazer contato remotamente com o especialista e, por meio da telemedicina, eles discutem o caso.

    O profissional pode, de imediato, orientar quais exames devem ser feitos para adiantar a investigação do problema, pode prescrever medicamentos ou, eventualmente, ser capaz de avaliar se já é caso para internação e cirurgia. Dessa forma, a aposta é que as filas possam diminuir.

    Esse projeto é diferente do programa Mais Especialistas, também prometido por Lula na campanha, e que prevê a contratação de mais profissionais, assim como acontece com o Mais Médicos. Trata-se de sistematizar uma conexão entre os profissionais que já integram o SUS.

    Nísia pressionada

    A reunião ministerial foi convocada após pesquisas de opinião revelarem queda na aprovação do governo. A cobrança por melhor desempenho na área da Saúde aparece sempre no topo das insatisfações da população.

    O aumento nos casos de dengue neste ano (já foram mais de 460 mortes e 1,6 milhão de registros) e a escassez de vacinas engrossam o caldo de aborrecimento.

    Partidos da base aliada que integram o chamado Centrão cobiçam a cadeira de Nísia Trindade, comandante do terceiro orçamento mais polpudo da Esplanada (mais de R$ 230 bilhões).

    Por fim, dentro do próprio governo o desempenho da ex-presidente da Fiocruz é frequentemente criticado.
    Lula gosta dela. Resiste em trocá-la.

    Mas, para proteger a própria pele, para mantê-la, ele precisa de boas notícias.