Itamaraty monitora segurança de embaixada no Haiti; fuga aérea é alternativa
Atendimento ao público está suspenso desde o dia 4; funcionários seguem trabalhando, mas novos pedidos de visto humanitário estão temporariamente suspensos
Diante da escalada de violência no Haiti, o Ministério das Relações Exteriores está monitorando a situação dos funcionários da embaixada do Brasil em Porto Príncipe (na foto acima).
Embora haja confiança de que a situação começará a distensionar com a promessa de renúncia do primeiro-ministro, Ariel Henry, já existem planos de evacuação dos brasileiros que trabalham na representação diplomática.
O “plano A” é deixar o país de avião. Para isso, no entanto, o aeroporto não pode estar tomado pelos rebeldes. A fuga por terra envolveria mais riscos.
Desde o último dia 4, a embaixada suspendeu o atendimento ao público por questões de segurança.
A principal demanda à diplomacia brasileira no Haiti são pedidos de visto humanitário por parte de haitiano. Mas, por enquanto, novas solicitações estão temporariamente suspensas.
O embaixador brasileiro Luís Fernando de Carvalho continua dando expediente. Ele fala diariamente com o Itamaraty para relatar a situação e colher orientações do governo brasileiro.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é constantemente informado sobre a situação do país caribenho. O Brasil discute formas de apoiar a contenção da violência na região.
Por ora, descarta o envio de forças de segurança, mas acena com apoio logístico ou treinamento de tropas do exterior que podem ser enviadas ao país com ajuda da Organização das Nações Unidas da (ONU).
Além de uma depressão financeira que se arrasta há anos, a nação enfrenta agora uma crise política e humanitária. Nos últimos dias, violentos grupos paramilitares dominaram parte da capital, Porto Príncipe, e também estradas que davam acesso à cidade. Invadiram uma penitenciária e libertaram cerca de 3,5 mil presos. Empresas portuárias chegaram a suspender operações.
O governo decretou estado de emergência e toque de recolher. A comunidade internacional, incluindo os Estados Unidos, se mobiliza para ajudar.
Depois de ser impedido de entrar no Haiti após uma viagem à África, Ariel Henry se comprometeu a renunciar ao governo após instauração de um conselho de transição presidencial e a nomeação de um substituto interino.