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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Novo tom de Lula sobre Venezuela agrada a aliados, mas isola PT

    À CNN, aliados avaliaram que novo discurso alivia críticas ao Brasil e pode ajudar a atrair esquerda

    Aliados próximos do presidente Luiz Inácio Lula da Silva comemoraram nos bastidores a mudança de tom adotada por ele a respeito da crise na Venezuela. A avaliação é que o discurso mais crítico ao regime de Nicolás Maduro era “imprescindível”. E ajudou a tirar o Brasil da mira da oposição venezuelana e de setores da comunidade internacional.

    Ontem (15), Lula criticou pela primeira vez o regime de Maduro, confirmando o que já vinha dizendo as conversas reservadas reveladas pelo blog no início desta semana. Lula afirmou que não é possível até o momento o Brasil reconhecer o resultado da eleição e disse que Maduro deve explicações. Para um aliado, o presidente conseguiu ajustar o discurso e passará a atrair apoio na esquerda a uma tentativa de diálogo com o país vizinho.

    O lado ruim do posicionamento do presidente, pontuou outra fonte próxima a ele, é isolamento do PT. O partido virou alvo de polêmica após divulgar uma nota em que reconheceu o resultado da eleição de Maduro pouco depois da ida às urnas, num gesto que foi considerado precipitado até mesmo dentro da própria legenda.

    Nesta sexta, Lula voltou a falar da Venezuela. De um lado, o petista aliviou as falas de ontem, ao dizer que não enxerga a Venezuela como uma ditadura, mas sim como um “regime desagradável”. Mas ele também disse discordar da nota emitida lá atrás pelo PT, que reconheceu o resultado da eleição.

    Ao menos até a manhã de hoje, não havia nenhuma discussão formal dentro do partido sobre a possibilidade de a Executiva Nacional divulgar um novo posicionamento a respeito das eleições na Venezuela. Sob reserva, um integrante da direção nacional do PT defendeu que o partido silencie e deixar o tema a cargo. Nas palavras desse petista, o partido já fez “lambança” suficiente.

    Saiba mais: Lula está mais propenso a ir contra Maduro, dizem aliados

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