Bem-humorada e avessa a autoritarismos: como é a nova ministra de Lula
Escolhida para comandar o ministério dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo
Ao escolher a deputada estadual mineira Macaé Evaristo para comandar o Ministério dos Direitos Humanos, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva pediu ao PT que buscasse um perfil bastante específico. Além de buscar uma mulher negra para a vaga de Silvio Almeida, o partido deu atenção a qualidades que ajudassem a aliviar as tensões no processo de transição na pasta.
Quem já lidou de perto com Macaé diz que o perfil da professora destoa drasticamente das referências que circularam nos últimos dias a respeito de seu antecessor, demitido em meio a denúncias de assédio sexual e moral.
Sempre bem-humorada, a nova ministra é descrita por quem já trabalhou com ela como uma profissional querida por suas equipes e “avessa a autoritarismos”. As decisões costumam ser tomadas por ela de maneira colegiada e sem atritos, sempre contemplando demais membros de sua própria equipe e das gestões que integra.
“É uma intelectual, uma feminista, uma pessoa preparada e aplaudida por todos aqui”, disse o ex-governador de Minas Gerais Fernando Pimentel. Macaé foi secretária de Educação nas gestões de Pimentel na Prefeitura de Belo Horizonte e no governo de Minas.
Professora, ela sempre se empenhou em conciliar as atividades nas administrações municipal e estadual com as aulas na rede pública. Por anos, ela reservava à sala de aula ao menos algumas horas, uma vez por semana.
O nome da deputada petista circulou desde o primeiro momento entre os favoritos para a vaga de Silvio Almeida. Uma primeira sondagem foi feita a Benedita da Silva, que declinou alegando motivos pessoas.
A pasta, embora não esteja entre as de maior visibilidade e orçamento, é tida como estratégica para o PT. Dono de 13 pastas na Esplanada, muitas delas no núcleo político do governo, o partido costuma reivindicar também ministérios ligados à pauta histórica da esquerda.
Nos bastidores, a expectativa é que a gestão de Macaé seja monitorada de perto pelo Palácio do Planalto, dada a gravidade das denúncias que envolveram Silvio Almeida e a também ministra Anielle Franco (Igualdade Racial). O presidente, segundo relatos, quer que o novo ministério seja “exemplar”.
Silvio Almeida é o 6° ministro que deixa governo Lula em menos de 2 anos