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    Clarissa Oliveira
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    Clarissa Oliveira

    Viveu seis anos em Brasília. Foi repórter, editora, colunista e diretora em grandes redações, como Folha, Estadão, iG, Band e Veja

    Ricardo Nunes insistirá em vice moderado e já avalia antecipar escolha

    Equipe do prefeito diz que número dois da chapa pode ser definido em questão de “semanas”, mas segue rejeitando o nome de Mello Araújo

    O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), está determinado a negociar a indicação de um vice de perfil moderado, mas já cogita antecipar esse processo.

    De acordo com um interlocutor da confiança do prefeito ouvido pelo blog, Nunes resolveu mergulhar na negociação nas próximas semanas e espera concluir essa negociação em “algumas semanas”.

    A campanha de Nunes vinha trabalhando com a ideia de empurrar a escolha do vice para o fim de julho. Mas cresceu nas últimas semanas no entorno do prefeito a tese de que a formalização da chapa amarraria de vez o apoio do ex-presidente Jair Bolsonaro, ajudando a estancar movimentos como os de Pablo Marçal, que se apresentou como candidato na esperança de angariar votos à direita.

    Nunes, entretanto, segue resistindo ao nome do Coronel Mello Araújo e promete insistir na indicação de um vice de perfil mais moderado. Em um diagnóstico interno feito nos últimos dias, o time do prefeito minimizou o apoio público dado pelo governador Tarcísio de Freitas a Mello Araújo, no início desta semana.

    A manifestação do governador foi entendida como um afago ao ex-presidente Jair Bolsonaro, mas a crença na campanha é que Tarcísio tem uma “cabeça aberta” em relação à composição da chapa de reeleição para a prefeitura paulistana.

    Parte do entorno do prefeito avalia que a insistência de Bolsonaro no nome de Mello Araújo é também parte de um jogo político para que o ex-presidente possa acenar a sua base eleitoral.

    Bolsonaro, diz um integrante da equipe do prefeito, sabe que terá de explicar aos seus eleitores o apoio a um candidato de centro que não tenha sequer um vice fortemente identificado com o chamado “bolsonarismo raiz”.

    A aposta do time de Nunes é que a viabilidade eleitoral da chapa falará mais alto. E, tendo endossado o nome do coronel durante os últimos meses, o ex-presidente poderia argumentar ao seu eleitorado que fez o que estava ao seu alcance.